Francisco Assis diz que PSD estava à espera de “boleia da troika para apresentar programa …

O cabeça de lista socialista pelo Porto, Francisco Assis, afirmou hoje que o PSD ficou “subitamente sem programa eleitoral” já que estava à espera da boleia da “troika” para destruir o Estado Social, não tendo agora condições para o fazer.

No discurso durante a apresentação dos candidatos a deputados do PS pelo círculo do Porto, Francisco Assis referiu-se à “grande derrota” do PSD.
“Porque é o PSD só apresenta o programa no domingo? É que o PSD queria aproveitar o programa que estávamos a negociar com a troika para, à boleia desse programa, destruir o Estado Social em Portugal e agora não vai ter condições para o fazer”, explicou.
Segundo o líder da bancada parlamentar do PS o programa eleitoral que o PSD tinha era o do “dia seguinte ao programa que eles antecipavam da troika”.
“Eu imagino o que é que se passará hoje nas mentes dos altos dirigentes e responsáveis do PSD em matéria de elaboração do seu programa eleitoral porque subitamente ficaram sem programa eleitoral”, disse.
Segundo Assis, a “troika” desiludiu o PSD “porque estudou o país, porque percebeu as questões do país e porque dialogou com um Governo que foi capaz de lhe apresentar a real situação” de Portugal.
“O PSD talvez estivesse à espera de um programa draconiano imposto pela ‘troika’ ao Estado português para a seguir, à boleia desse programa, pôr em causa aspetos fundamentais do Estado Social. Nesse sentido ficou de facto sem essa boleia”, enfatizou.
Para o cabeça de lista do PS pelo Porto nas legislativas de 5 de junho “há que aproveitar esta circunstância para também fazer e continuar a fazer algumas reformas que o país precisa para ter uma economia mais dinâmica, uma sociedade mais ativa e condições para manter o Estado Social”.
“Esses objetivos estão plenamente contemplados no programa que agora vai ser assinado e que vai ser uma referência – embora não esgote a ação do Governo – na ação do próximo Governo”, acrescentou.
Assis recordou que os partidos da oposição atacaram o PS na semana passada pelo facto de ter apresentado “um programa que supostamente ficaria desatualizado” em oito dias, depois da apresentação do programa da “troika”.
“O nosso programa não só não está desatualizado como até sai, nos seus objetivos, claramente reforçado. Nós não apresentamos propostas casuísticas, desligadas, gratuitas, para ganhar votos nem andamos aqui ao sabor das correntes de opinião”, garantiu.
Segundo o socialista, a grande vantagem do PS, “contrariamente à direita e à extrema-esquerda”, é não fazer “uma abordagem muito ideológica da realidade”.
“Fazemos uma abordagem política, séria, doutrinária mas não muito ideológica”, afirmou.