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“Esta crise mostrou a importância de um Estado Social forte”

“Esta crise mostrou a importância de um Estado Social forte”

A ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho, realça a maior ilação a retirar da crise provocada pela pandemia de Covid-19 e da capacidade de resposta que foi exigida ao país: "a importância de um Estado Social forte".
Papel da negociação coletiva foi reforçado em contexto de pandemia

Em entrevista ao podcast do PS ‘Política com Palavra’, conduzida pelo jornalista Filipe Santos Costa, a governante salientou que, com todas as dificuldades e uma enorme exigência, perante uma situação nova e imprevisível, foram os serviços públicos quem respondeu presente, na saúde, na educação ou na segurança social.

“Alguém chamou ao sistema de proteção social um Trabant. Foi o Trabant que respondeu. Mostrou que não interessa a forma exterior, interessa a robustez do sistema que num mês conseguiu pagar a 72 mil empresas em ‘layoff’ simplificado”, mesmo “com todos os soluços, com muita dificuldade, com uma exigência brutal”, apontou.

Ana Mendes Godinho sinalizou que, perante uma circunstância de exceção, o sistema público foi capaz de dar resposta em tempo recorde a um conjunto de situações de elevado volume e complexidade.

“Ao dia de hoje temos 72 mil empresas com ‘layoff’ simplificado pago, num universo de 623 mil trabalhadores. Se olharmos para o total de trabalhadores com prestações pagas, temos um milhão e 50 mil pessoas num mês, que representa cerca de 370 milhões de euros de dinheiro já pago às empresas e trabalhadores”, explica a ministra do Trabalho.

“As pessoas da Segurança Social estão a trabalhar há 50 dias, dia e noite. Por isso acho injusto quando as pessoas dizem que a máquina não funcionou”, reforçou.

Também ao nível das respostas sociais, a ministra salientou que o sistema foi capaz de alargar a proteção a quem estava fora, nomeadamente aos trabalhadores informais e aos prestadores de serviços sem descontos, na condição, como referiu, de ficarem vinculados daqui para a frente.

“Este é o momento para que trabalhadores e empresas adiram a esta necessidade de todos fazerem parte do sistema, independentemente do vínculo que têm”, sinaliza, apontando que o sistema “tem de se adaptar e ser inclusivo, não pode estar congelado com velhas formas de relações laborais”.

Este foi um tema, aliás, que mereceu uma reflexão de Ana Mendes Godinho, no sentido de defender que a crise trazida pela pandemia oferece uma oportunidade de “fazer uma revisão profunda de todo o sistema de respostas sociais”.

“Este choque obriga-nos a uma revolução, a três níveis. Do sistema de respostas sociais, do ponto de vista do reforço do sistema de proteção social, e das novas formas de trabalho”, apontou.

Pode ouvir a entrevista íntegra aqui. [link para sítio do podcast no portal do PS]