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Desafio das alterações climáticas ganha-se nas cidades e com aposta na mobilidade sustentável

Desafio das alterações climáticas ganha-se nas cidades e com aposta na mobilidade sustentável

Para além dos constrangimentos associados à pandemia da Covid-19, corre paralelamente uma outra “à escala global”, as alterações climáticas, que só será vencida, segundo o primeiro-ministro, nas cidades, porque é aqui que se concentram “75% das emissões de gases com efeito de estufa”.
Desafio das alterações climáticas ganha-se nas cidades e com aposta na mobilidade sustentável

Falando esta manhã no Porto, no lançamento do concurso público internacional de conceção da nova ponte sobre o Douro para uso exclusivo do metro, cerimónia que decorreu nos Jardins do Palácio de Cristal, onde esteve acompanhado pelo ministro do Ambiente e da Ação Climática, João Pedro Matos Fernandes, pelo secretário de Estado da Mobilidade, Eduardo Pinheiro, e por vários autarcas da região, António Costa alertou para a questão que envolve as alterações climáticas, designando-a como a “outra pandemia à escala global”, que só poderá ser vencida caso se concentre este combate nas cidades, lembrando que é nas grandes urbes que se concentram “75 por cento das emissões de gases com efeito de estufa”.

Para o primeiro-ministro, são equipamentos com a dimensão e a importância deste novo acesso para o metro do Porto sobre o rio Douro que vão ajudar o país a combater as alterações climáticas, uma vez que se trata, como lembrou, de uma aposta no desenvolvimento da mobilidade não poluente, garantindo António Costa que o reforço que o país está a fazer no setor dos transportes irá ajudar a reduzir em “40% as nossas emissões até 2030”.

Na sua intervenção, António Costa salientou, ainda, que a aposta para combater a crise provocada pelo impacto da pandemia “foi aumentar o investimento público”, o qual “não é do Estado para o Estado”, mas “do Estado para os cidadãos”.

“A inteligência do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) é que o dinheiro tem de ser fortemente concentrado naquilo que são os desafios do futuro”, afirmou, elencando a transição digital e o combate às alterações climáticas, e sublinhando que projetos e obras, como a nova ponte do Douro, plasmados no PRR, têm “os olhos postos no futuro” e têm “visão estratégica”.

António Costa destacou ainda que as duas linhas do Metro do Porto integradas no projeto “são investimentos de futuro, mas que vão contribuir desde já para a reanimação da nossa economia e contribuir para a recuperação do desemprego que a Covid-19 também provocou”, acrescentando que estes projetos são “a prova” de que o PRR é feito com a participação das autarquias locais.

Investimento na mobilidade

Também o ministro João Pedro Matos Fernandes se referiu à construção desta nova ponte para o uso exclusivo do metropolitano, que ficará localizada entre as pontes da Arrábida e D. Luís I e que ligará a cidade do Porto, na Casa da Música, ao vizinho município de Gaia, em Santo Ovídeo, defendendo que, apesar da exigência que hoje é nacional para que se avance com a execução do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e com os projetos como este equipamento sobre o Douro, nada aconselha, pelo contrário, que se avance à pressa, lembrando o ministro que uma obra desta envergadura precisa de “tempo e de integração”.

De acordo com o ministro do Ambiente, PRR para além de querer dizer Plano de Recuperação e Resiliência significa também “investir depressa para apoiar a economia” para que Portugal ultrapasse o mais rápido possível, como assinalou, “esta crise provocada pela pandemia”, sustentando, contudo, que “há coisas que se fazem com sentido de pressa, mas não se podem fazer depressa”.

“Há projetos que precisam de tempo e cuidado de integração”, o que não obsta, como também defendeu, que se deixe de enquadrar o PRR e o próximo quadro comunitário de apoio no “novo normal do investimento em mobilidade”, reafirmando o governante que obras, como esta nova ponte sobre o rio Douro, “representam um enorme salto em relação ao investimento passado”.

No evento foram também consignadas as empreitadas das linhas Rosa e o prolongamento da Amarela do Metro do Porto. No que se refere à Linha Amarela, está em causa o prolongamento de Santo Ovídeo a Vila D’Este, em Gaia, enquanto a Linha Rosa constitui um novo trajeto no Porto entre a zona de S. Bento/Praça da Liberdade e a Casa da Música, num investimento global a rondar os 407 milhões de euros.

Atualmente, a rede do Metro do Porto tem 67 quilómetros, com seis linhas que servem sete concelhos e 82 estações, movimentando, em valores anteriores à pandemia, mais de 71 milhões de passageiros.