António José Seguro: “o crescimento económico é o grande desafio, não só para Portugal, …

O candidato a secretário-geral do PS, António José Seguro, afirmou quarta-feira à noite que o corte de ‘rating’ a Portugal pela Moody’s representou um “ataque especulativo”.

“Os ataques especulativos que existiram em relação à Grécia ou aquele ataque que ontem [terça-feira] foi feito ao nosso País são ataques à Zona Euro e os Estados nacionais não têm condições, por si só, de responder”, considerou António José Seguro.
Por isso, o candidato a líder socialista defendeu que “chegou a altura dos líderes europeus perceberem que tem de cumprir com a sua parte, que significa passarem das palavras aos atos”.
António José Seguro falava numa sala do Palácio de D. Manuel, em Évora, durante uma sessão que serviu para apresentar a sua candidatura O Novo Ciclo, que contou com a presença de mais de uma centena de militantes e simpatizantes socialistas.
A agência de notação financeira Moody’s cortou terça-feira em quatro níveis o ‘rating’ de Portugal de Baa1 para Ba2, colocando a dívida do país na categoria de lixo (‘junk’).
“O que é que teria custado à Europa ter feito uma emissão conjunta de dívida pública para os países que estavam necessitados, tendo, obviamente, outra credibilidade e outra força para negociar as taxas de juro desse mesmo financiamento?”, questionou o candidato.
Para António José Seguro, “não é admissível que alguns Estados da União Europeia tivessem negociado taxas de juro a dois e 2,5 por cento, enquanto outros tinham de as negociar a cinco, seis e sete por cento”.
No seu discurso, o candidato a líder dos socialistas afirmou que “a consolidação das contas deve ser uma visão de curto prazo, que precisa de ser contrariada com uma visão de longo prazo e de aposta numa trajetória sustentável do nosso crescimento económico”.
Reconhecendo que “a austeridade responde aos compromissos do memorando da troica”, António José Seguro alertou que o País “precisa de criar riqueza” para pagar as taxas de juro e a dívida, o que “só é possível através do crescimento económico”.
O candidato considerou que “o crescimento económico é o grande desafio, não só para Portugal, mas também para todas as outras económicas”, advertindo que “ou a Europa percebe isso ou vai definhar, se houver uma situação de grande dificuldade na Zona Euro”.