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Partidos à esquerda deviam deixar de ser de “protesto” e assumir responsabilidades na governação do país

Partidos à esquerda deviam deixar de ser de “protesto” e assumir responsabilidades na governação do país

A presidente do Grupo Parlamentar do Partido Socialista, Ana Catarina Mendes, salientou hoje, numa entrevista à CNN Portugal, o papel do Parlamento no combate à pandemia de Covid-19 e o seu “estado vigilante na aplicação das medidas do estado de emergência”, numa legislatura “claramente marcada pela pandemia”, e defendeu que os partidos à esquerda do PS deviam deixar de ser “apenas partidos de protesto” para ter uma “corresponsabilização com o Partido Socialista na governação” do país.

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Ana Catarina Mendes

Ana Catarina Mendes fez um balanço da legislatura que agora termina de forma abrupta, depois da dissolução do Parlamento por parte do Presidente da República na sequência do chumbo do Orçamento do Estado para 2022, com os partidos da esquerda a aliarem-se à direita. De acordo com a dirigente socialista, “esta legislatura fica muito marcada pelo desafio de combater a pandemia, pelo desafio do estado de emergência – tivemos 15 estados de emergência, algo que nunca tínhamos tido em democracia” – e também pela composição do Parlamento, já que, “também pela primeira vez em democracia”, era constituído por dez partidos, algo que “não só enriquece a nossa democracia, como também nos tornou a todos muito mais exigentes”.

“Se há coisa que podemos dizer do papel do Parlamento é do seu estado vigilante na aplicação das medidas do estado de emergência”, disse a líder parlamentar do PS, que acrescentou “o envolvimento do Parlamento no combate à pandemia”, começando com o apoio a um conjunto de medidas aprovadas pelo Governo, como o ‘lay-off’ a 66% e depois a 100%, o que garantiu “que pelo menos três milhões de trabalhadores não perdiam o seu rendimento”, e com o apoio “dado à economia diretamente, ou a fundo perdido, ou com empréstimos, e ainda a nova prestação social que foi criada”.

“O Parlamento esteve envolvido, desde logo, no apoio aos pequenos e médios empresários, aos trabalhadores independentes, aos trabalhadores informais”, destacou Ana Catarina Mendes. E acrescentou: “Esta pandemia colocou em evidência um conjunto de fragilidades que nós ainda hoje temos, designadamente no setor da cultura – que também destaco aqui como um dos mais afetados, não apenas a restauração e o turismo –, porque é uma realidade que depende muito de trabalhadores informais e trabalhadores independentes e isso fez com que fosse criada uma nova prestação social que fizesse face às suas dificuldades”.

Para a dirigente socialista, é “pena” que a legislatura “tenha acabado da forma como acabou, mas ainda assim foi possível aprovar bons orçamentos, com mais despesa social, é certo, mas com maior reforço do Estado social”.

Relativamente às eleições legislativas do próximo dia 30 de janeiro, Ana Catarina Mendes defendeu que é necessário “garantir que o Partido Socialista tem uma maioria reforçada, que gera estabilidade”, principalmente porque “ainda não combatemos na totalidade esta pandemia”.

O Partido Socialista “espera ter a confiança dos portugueses daquilo que foi o seu trabalho ao longo de seis anos”, vincou.

A presidente do Grupo Parlamentar do PS sublinhou ainda que sempre defendeu “a necessidade de os partidos à esquerda do Partido Socialista deixarem de ser apenas partidos de protesto e que pudessem ter uma corresponsabilização com o Partido Socialista na governação dos destinos do país”.

“É muito fácil protestar, é difícil governar”, alertou Ana Catarina Mendes, que revelou que pergunta “muitas vezes aos portugueses o que teria sido – e basta olhar para 2011 a 2015 – uma governação à direita na gestão desta pandemia”.

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