Os dados agora conhecidos reforçam a tendência descendente observada em Portugal, consolidando o caminho percorrido ao longo dos últimos anos num dos indicadores mais relevantes do sucesso do sistema educativo.
“O país está de parabéns sempre que a taxa de abandono escolar precoce diminui. Não só porque é um reflexo do bom trabalho das nossas escolas e dos seus profissionais, mas também porque é o fruto de uma sociedade que não se conforma com a ideia de que apenas alguns têm direito à educação, assumindo que o combate às desigualdades é uma missão coletiva”, assinalou o ministro da Educação, João Costa.
De lembrar que o abandono precoce atingia, em 2016, 14% dos jovens portugueses, tendo descido, em 2021, para 5,9%, continuando assim, e a exemplo do que aconteceu pela primeira vez em 2020, abaixo da média europeia (9,7%), ficando no grupo de países com melhores resultados neste indicador e com valores claramente abaixo dos registados, por exemplo, na Espanha, na Alemanha, na Noruega, na Itália, na França, na Dinamarca ou na Bélgica.
A nível europeu, a taxa de abandono escolar é considerada o principal indicador do desempenho dos sistemas educativos, uma vez que permite identificar a percentagem de jovens que não concluiu o ensino secundário e não se encontra a frequentar qualquer modalidade de educação e formação, enfrentando assim uma maior dificuldade no acesso ao mercado de trabalho.
O novo quadro de políticas públicas, que tem vindo a ser estabelecido pelo Governo do PS nos últimos anos, assente na autonomia e na flexibilidade curriculares e na educação inclusiva, bem como o aumento da escolaridade obrigatória e a diversificação de percursos formativos, tem-se mostrado decisivo para que as escolas possam aprofundar este trabalho.
Instrumentos como o Programa Nacional de Promoção do Sucesso Escolar, a melhoria dos processos de avaliação e aferição das aprendizagens, a redução do número de alunos por turma, o Apoio Tutorial Específico, entre outros, revelam-se essenciais para afirmar este caminho.
O abandono escolar precoce é monitorizado pelas autoridades estatísticas nacionais, mediante uma metodologia estabelecida pelo Eurostat para todo o continente.