A oposição do PS à privatização da RTP "é clara, inequívoca e sem margem para …

O PS advertiu hoje o Governo que haverá “consequências políticas” se insistir na privatização da RTP e exigiu que explique por que está contra o projeto socialista sobre transparência na propriedade dos media.

Estas posições foram assumidas pelo porta-voz do PS, João Assunção Ribeiro, no final de um encontro com representantes de diversos setores culturais do país, numa iniciativa integrada na preparação dos socialistas do debate sobre o Estado da Nação, na quarta-feira, na Assembleia da República.

“Parece que o Governo ainda não ouviu bem aquilo que o PS tem dito em matéria de privatização da RTP. O PS disse que era contra e a RTP não é deste Governo, mas de todos os portugueses. O PS volta a dizer ao Governo que é contra a privatização da RTP e que o Governo tem de tirar as consequências de o maior partido da oposição ter esta posição”, declarou o porta-voz dos socialistas.

Interrogado sobre o facto de a maioria PSD/CDS não precisar do apoio do PS para aprovar a privatização da RTP, o porta-voz do PS avisou que essa atitude “terá consequências políticas”.

“A privatização da RTP não pode ser uma mera opção contabilística de um ministro da Finanças ou de um ministro Adjunto. Uma privatização da RTP, se existisse, teria de reunir um amplo consenso nos setores político, da comunicação social e da cultura”, sustentou.

João Assunção Ribeiro afirmou depois que a oposição dos socialistas à privatização da RTP “é clara, inequívoca e sem margem para qualquer tipo de discussão”.

“Queremos que o Governo ouça esta mensagem”, salientou, antes de se manifestar surpreendido com a eventualidade de a maioria PSD/CDS chumbar um projeto do PS sobre transparência na propriedade da comunicação social.

Segundo o porta-voz do PS, essa posição da maioria PSD/CDS “é incompreensível” e “ainda não foi suficientemente explicada”.

“Antes da votação, penso que ainda se vai a tempo de pedir à maioria PSD/CDS por que razão vota contra a proposta do PS de introduzir regras de transparência da propriedade dos órgãos de comunicação social”, acrescentou.