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Vamos assegurar a mudança que os portugueses votaram e a estabilidade que Portugal precisa

Vamos assegurar a mudança que os portugueses votaram e a estabilidade que Portugal precisa

Na presente conjuntura política do país, “só não estão tranquilos aqueles que não perceberem que, depois de perderem a maioria nas eleições, também não foram capazes de criar condições para governar”.

António Costa fez esta afirmação na parte final do discurso que proferiu num plenário de militantes do PS/Lisboa, em que nunca se referiu ao papel do Presidente da República na presente conjuntura política.

Após o parlamento ter reprovado o programa de Governo da coligação PSD/CDS, “a reação da direita tem sido destemperada”.

António Costa afirmou ainda que Pedro Passos Coelho e a ministra das Finanças, “em Portugal, no estrangeiro, ou junto das instituições financeiras, de forma absolutamente leviana, andaram a criar uma ideia sobre o país que, se alguém a tivesse levado a sério, teria afetado gravemente os interesses nacionais”.

“Felizmente, já nem os mercados lhes dão ouvidos. Apesar dos grandes esforços que [Pedro Passos Coelho e Maria Luís Albuquerque] têm feito, temos ouvido a Comissão Europeia com uma posição serena – e só impaciente por não haver condições de haver um Governo que apresente um Orçamento -, temos ouvido palavras de tranquilidade do insuspeito ministro das Finanças alemão sobre o processo político em Portugal, e temos o presidente do Eurogrupo e as agências de rating tranquilos”, referiu o líder socialista.

“Estão intranquilos aqueles que, tendo perdido a maioria, se recusam a mudar a sua orientação política, como é a vontade da maioria muito clara dos portugueses. A esses nós dizemos: Temos muita pena que estejam assustados, mas nós, PS, assumimos plenamente as nossas responsabilidades e iremos assegurar a mudança que os portugueses votaram e a estabilidade que Portugal precisa”, declarou.

“Aquilo que verdadeiramente enfurece a direita é perceber que, quando derrubámos o muro da esquerda, quando acabámos com esse tabu da esquerda, tal significou que as possibilidades que os portugueses passaram a dispor para a formação de governos são agora maiores e, acima de tudo, que o PS não está condenado ou a ter maioria absoluta ou a servir de muleta para a governação da direita”, disse, recebendo palmas dos militantes socialistas.

“De uma vez por todas, é preciso dizer o seguinte: O que aconteceu há 40 anos aconteceu há quatro décadas, e 40 anos depois o país e o mundo não são os mesmos”, vincou.

“Para além do muito que nos distingue, temos de ser capazes de nos entender sobre o que é essencial e urgente para virar a página da política em Portugal e criar uma alternativa de Governo no país”, sustentou.

Depois, num recado ao PSD e ao CDS, disse: “Bem podem todos os dias apresentar no parlamento as resoluções que entenderem para procurar encontrar contradições entre o PS e os partidos à sua esquerda, porque essas diferenças existem, ninguém as quer disfarçar, nem ninguém quer eliminá-las”.

“A negociação entre PS e a restante esquerda foi bem distinta da história da relação entre PSD e CDS. Aqui, o PCP não teve de dar uma cambalhota para, de um dia para o outro, passar de campeão da defesa do escudo para se tornar no cristão-novo da defesa do euro. Aqui ninguém teve de revogar o irrevogável para arranjar um lugarzinho no Governo”, declarou, numa alusão crítica ao CDS-PP.