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João Torres lamenta que PSD esteja a cortejar a extrema-direita

João Torres lamenta que PSD esteja a cortejar a extrema-direita

O Partido Socialista, através do Secretário-Geral Adjunto, João Torres, acusa o PSD de andar a “cortejar um partido de extrema-direita” ao apelar ao voto no candidato do Chega para uma vice-presidência da Assembleia da República.

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João Torres

Para o dirigente socialista, que falava esta sábado em Mangualde, no final da cerimónia de apresentação da Academia Jorge Coelho, esta proposta do PSD em caso algum poderia “passar em branco” para o PS, acusando Luís Montenegro de se ter envolvido em declarações “totalmente contraditórias”, apelando ao novo líder do PSD para que tenha “maior clareza” no tipo de “estratégia ou de aliança que está a desenhar com um partido de extrema-direita”.

De acordo com o dirigente socialista, este não é um assunto menor ou de pouca importância, lembrando que está em causa, antes de mais, a defesa e a preservação dos “valores democráticos”, sobretudo numa altura, como acrescentou, em que em muitos países, nomeadamente na Europa, se vê os valores da democracia “cada vez mais ameaçados”.

Trata-se, com efeito, como salientou, de um alerta e de uma afirmação que para o PS assume um carácter essencial e “absolutamente basilar”, porque a preservação e a salvaguarda dos valores democráticos, como referiu, é porventura “a primeira responsabilidade de qualquer democrata, seja militante de um partido ou dirigente político”.

Para o dirigente socialista, não deixando de ser estranha esta aproximação do PSD ao Chega, trata-se, apesar disto, como lembrou, de um fenómeno que não apanha os portugueses desprevenidos, lembrando a propósito a aproximação que houve entre estes dois partidos durante as últimas eleições legislativas. Uma aliança que o dirigente socialista reconheceu ter sido “ténue e escondida”, mas que hoje “se revela cada vez mais evidente”, facto que deve merecer, “não apenas uma denúncia efetiva”, como uma “ação enérgica por parte de todos os militantes e dirigentes socialistas”.

Para João Torres, há, como sempre houve no PS, “uma linha vermelha muito clara” entre os partidos que defendem a Constituição e que acreditam na democracia liberal, e os que consideram que as democracias liberais “são um aspeto negativo”, e tudo fazem para “deteriorar as democracias liberais como a que temos em Portugal”, garantindo que o PS jamais “deixará a extrema-direita passar”.

Políticas acertadas

O Secretário-Geral Adjunto do PS expressou depois o seu apoio às medidas que o Governo tem vindo a aplicar com o objetivo de minimizar o impacto da inflação na vida das famílias e das empresas, insistindo na questão das pensões, garantindo que “serão mais altas em 2023 do que em 2022, e que em 2024 serão também superiores ao ano anterior”.

João Torres garantiu que o Governo gostaria de avançar com “apoios ainda mais robustos”, reconhecendo, contudo, que a prudência é neste momento um fator muito importante, lembrando que se “houve alguma coisa que aprendemos com a crise da ‘troica’ é que o rigor orçamental é absolutamente essencial”.

E é essencial, como referiu, para que Portugal e a sua economia fiquem “mais protegidos nos momentos de maior turbulência nos contextos financeiros internacionais”, designadamente, perante um qualquer ataque especulativo ou “mesmo uma eventual situação de maior vulnerabilidade” que obrigue a que se encontrem respostas adequadas a “circunstâncias como aquela que atualmente se atravessa”.

Lembrar Jorge Coelho

Presente nesta cerimónia esteve também a ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva, que na sua intervenção lembrou o contributo muito importante que o antigo dirigente socialista Jorge Coelho, falecido em abril de 2021 e natural de Mangualde, deu ao país, à democracia e ao PS, insistindo, tal como João Torres, no registo da “prudência e no equilíbrio financeiro”.

Para a governante, o conjunto de medidas que os governos socialistas têm vindo a tomar desde 2015, sobretudo nos últimos meses para responder à pandemia de Covid-19 e mais recentemente à guerra que se vive na Europa, após a invasão da Ucrânia pela Rússia, têm conseguido “resistir à tentação” de querer resolver todas as questões o mais rápido possível, defendendo Mariana Vieira da Silva, contudo, que se em política é verdade que “o sentido de urgência é muito importante”, ele não se deve sobrepor “à transformação mais estrutural que precisamos de fazer”.

A ministra Mariana Vieira da Silva aproveitou este tributo ao antigo dirigente do PS para deixar a certeza de que o trabalho que o Governo tem vindo a desenvolver sustenta-se em princípios e em lições que o próprio Jorge Coelho nos deixou a todos: “capacidade de mobilização, coerência e capacidade de concretização”.

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