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Portugal mediador privilegiado no acordo UE-Mercosul

Portugal mediador privilegiado no acordo UE-Mercosul

Portugal quer servir de mediador privilegiado nas negociações entre o Mercosul e a União Europeia no acordo de livre comércio entre estas duas regiões do mundo. A proposta foi assumida esta semana pelo primeiro-ministro, António Costa, durante a visita oficial à Argentina.

Portugal tem todas as condições para poder assumir o papel de “melhor advogado” na ajuda à concretização de um futuro acordo de livre comércio entre os países que integram o Mercosul e a União Europeia, defendeu em Buenos Aires o primeiro-ministro, António Costa, logo no primeiro dia da visita oficial de dois dias que realizou a este país da América do Sul.

Esta posição do primeiro-ministro foi assumida no final de um Fórum que reuniu políticos e empresários de Portugal e da Argentina, e onde António Costa, que estava acompanhado pelos ministros dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, e da Economia, Manuel Caldeira Cabral, fez a defesa intransigente do comércio livre, sustentando que Portugal e Espanha, dois dos países que integram a UE, devem estender também, não só por razões históricas, mas igualmente económicas, a sua influência e participação ao Mercosul.

Em contraste com a defesa que fez de uma maior e mais sustentada abertura e convergência de interesses entre estes dois blocos, António Costa criticou o que considerou ser uma “certa tendência protecionista” que se verifica em “alguns blocos económicos”, defendendo que, numa altura em que “nalgumas regiões” se assiste ao fecho de fronteiras ao comércio livre, a União Europeia e o Mercosul podem, em sentido inverso, “estar na primeira linha” de oposição a esta tendência.

Mas para que este pendor protecionista que se verifica nalguns espaços económicos não venha a contagiar as relações económicas entre o Mercosul e a União Europeia, é necessário, defendeu o primeiro-ministro português, que países como Portugal e a Argentina “sejam rápidos” em avançar para uma maior intensificação das suas trocas comerciais.

Só com base no comércio livre, defendeu o primeiro-ministro perante uma plateia repleta de empresários argentinos e portugueses, é possível encontrar as soluções mais adequadas para a criação de novos empregos e de “combate a pobreza” e de descortinar um conjunto de outras decisões adequadas ao desenvolvimento dos países.

Estreitar relações e aumentar presença portuguesa

O chefe do Executivo de Lisboa lembrou que no atual momento, em que se encontra “em vias de conclusão” o acordo entre a União Europeia e o Mercosul, e em que, simultaneamente, se registou “uma viragem económica” e política, quer em Portugal, quer na Argentina, os dois países, estão hoje, como sustentou, perante “uma oportunidade única” para estreitarem as suas relações económicas.

António Costa congratulou-se ainda com a recente introdução do português nos ensinos Básico e Secundário, o que vem demonstrar o “grande interesse que a Argentina tem de estreitar as relações com o mundo português”.

Já à saída do encontro que manteve com o chefe do Estado argentino, Maurício Macri, que desempenhou antes o lugar de presidente da Câmara Municipal de Buenos Aires quando António Costa foi autarca em Lisboa, o primeiro-ministro português defendera que é chegado o momento para o setor empresarial nacional “aumentar as exportações de produtos portugueses para a Argentina” e de se “intensificar a complementaridade” de muitas produções argentinas com portuguesas.

Um dos pontos altos desta visita oficial foi o acordo de livre circulação, que incide sobre programas de férias e trabalho para jovens de ambos os países, que vai permitir que os jovens entre os 18 e os 30 anos de idade, dos dois países, possam trabalhar e estudar em Portugal ou na Argentina, por um prazo de um ano e sem qualquer obstáculo ou entrave à sua circulação.

In Acção Socialista Digital