Ficou provado na Assembleia da República que seria possível uma mais equilibrada distribuição dos sacrifícios impostos por um orçamento violento e injusto do PPD-PSD e do CDS-PP.

A coligação de direita demonstrou não ter vontade política para o fazer. A disponibilidade para o diálogo da maioria absoluta parlamentar que suporta o Governo revelou-se uma enorme desilusão.

O Governo podia e devia ter ido mais longe aliviando os sacrifícios impostos aos pensionistas e aos funcionários públicos. Foi um recuo pífio.

O PS, no actual quadro de maioria absoluta, lutou até ao fim para fazer aprovar propostas que tornariam a repartição dos sacrifícios menos injusta. Apresentámos propostas concretas e viáveis para introduzir justiça e equilíbrio no orçamento.

As nossas propostas permitiriam devolver pelo menos um dos subsídios. O Governo e a maioria que o suporta mostraram-se intransigentes. Não quiseram dar o braço a torcer, mantiveram teimosos e irredutíveis, surdos aos apelos de toda a sociedade e mesmo do interior dos partidos que compõem a coligação governamental.

O debate na AR teve dois resultados políticos fundamentais, ficou bem patente que sem o PS o orçamento não teria sido alterado, ficou hoje provado e demonstrado que há um caminho alternativo. Ficou claro que há uma alternativa política credível a esta maioria absoluta de Direita que não pára de desiludir os muitos que neles depositaram confiança.

O PS votou obviamente contra o corte dos subsídios mas absteve-se na modulação do corte porque este ameniza sacrifícios, beneficiando centenas de milhares de portugueses – mas a alteração podia e devia ter ido mais longe.

A atitude e as políticas seguidas pelo PS são consequentes, obtêm resultados reais para a vida real das pessoas, apesar da existência de uma maioria absoluta que suporta o Governo e do resultado obtido nas urnas a 5 de Junho.

Este não é o nosso Orçamento, mas este é o nosso País.