UE adota novo programa europeu de investimento para gerar 370 mil ME
No comunicado do Conselho da UE, que dá conta da adoção do novo programa, o ministro português das Finanças, João Leão, observa que “mobilizar o investimento na Europa é fundamental para a recuperação económica e a concretização dos objetivos a longo prazo”.
“O InvestEU desempenhará um papel importante neste contexto, ajudando a financiar projetos que contribuam para a construção de sociedades mais ecológicas e mais digitais, que apoiem a inovação e as pequenas e médias empresas e que promovam a inclusão social”, sublinha João Leão.
Graças a um efeito multiplicador, o InvestEU deverá mobilizar mais de 370 mil milhões de euros de investimento adicional ao longo dos próximos sete anos, contribuindo para a recuperação económica e as prioridades estratégicas da UE a médio e longo prazo, incluindo as transições ecológica e digital.
João Leão diz ainda aguardar “com expectativa um processo de execução rápido para que os primeiros projetos que beneficiam do InvestEU possam arrancar o mais rapidamente possível”, estando previsto que as empresas e os promotores dos projetos possam começar a candidatar-se ao financiamento em meados deste ano.
O novo programa do InvestEU integra, desde logo, o pacote de recuperação pós-crise da Covid-19 e visa promover investimentos estratégicos, sustentáveis e inovadores, bem como colmatar problemas do mercado e situações de investimento insuficiente.
Em causa está uma garantia orçamental da UE, no valor de 26,2 mil milhões de euros, que apoiará projetos de investimento de parceiros financeiros, como o Grupo do Banco Europeu de Investimento, os bancos de fomento nacionais e as instituições financeiras internacionais.
Esta garantia orçamental é financiada a partir dos recursos do Next Generation EU e do Quadro Financeiro Plurianual 2021-2027.
Ao todo, o investimento adicional em toda a UE deverá ascender aos tais 370 mil milhões de euros, sendo que a garantia orçamental será repartida por áreas como as infraestruturas sustentáveis (cerca de 37,8%), a investigação, inovação e digitalização (25,1%), as PME (26,4%) e ainda investimento social e competências (10,6%).
Previsto está ainda que pelo menos 30% dos investimentos no âmbito do InvestEU contribuam para a ação climática da União Europeia.
O InvestEU poderá ainda prestar apoio, sob a forma de capital, às pequenas e médias empresas afetadas pela crise da Covid-19, desde que não estivessem já em dificuldades em termos de auxílios estatais no final de 2019. Já os Estados-membros poderão, ainda, utilizar o InvestEU para executar parte dos seus planos nacionais no âmbito do Mecanismo de Recuperação e Resiliência ou para captar investimento adicional.