Super terça-feira clarifica presidenciais americanas
Hillary Clinton marcou decisivamente a vantagem do lado democrata sobre Bernie Sanders, o que vários analistas atribuem à capacidade da campanha da antiga primeira-dama em incorporar alguns temas suscitados pela agenda do seu adversário e que mereceram acolhimento numa fatia importante do eleitorado democrata. Acentuada a diferença, Clinton pode apontar já as baterias para a campanha de Trump.
“A América é forte quando todos somos fortes. Sabemos que temos trabalho pela frente, mas esse trabalho não é fazer, de novo, da América um grande país. A América nunca deixou de ser grande. É preciso tornar a América inteira, unida”, defendeu Hillary Clinton, no rescaldo desta terça-feira.
Do lado republicano, a confirmação de Trump está a colocar desafios e a provocar assumidas divisões na estrutura e nos equilíbrios mais convencionais do partido, o que é visível na crescente resistência com que várias das suas figuras destacadas estão a encarar a previsível nomeação, como o expressou o também candidato republicano Ted Cruz: “seria um desastre para os republicanos, para os conservadores e para a nação”.
O próprio discurso assumido por Trump parece ter consciente essa indisfarçável divisão. “Tornar a América grande de novo vai ser muito melhor do que tornar a América inteira”, afirmou, em resposta à candidata democrata.
Nas próximas semanas e perspetivando já o que deverá ser o confronto em novembro, o eleitorado branco e de baixos rendimentos, no caso de Trump, e o eleitorado negro, hispânico e feminino, no caso de Clinton, deverão, na opinião dos analistas, ser o terreno onde se vai jogar o futuro do ato eleitoral americano.