O ministro da Saúde garantiu ontem no Parlamento, num debate sobre o Estatuto do SNS, que o ano de 2022 marca indelevelmente uma “reviravolta notável” na recuperação da atividade assistencial nos hospitais públicos, com números a apontarem para uma resposta mais sólida face ao recorde anteriormente alcançados em 2019.
De acordo com o titular da pasta da Saúde, no ano passado os hospitais públicos subiram a fasquia das consultas médicas para 12.770, efetuando mais de 758 mil cirurgias, “um aumento em relação a 2019 de 7%”, e subindo igualmente o número de consultas presenciais para mais de 17 mil, “cerca de 19% mais, face a 2021”.
Um sucesso, disse Manuel Pizarro, que deve ser atribuído ao notável desempenho do Serviço Nacional de Saúde, interpretando o eventual incómodo “do lado direito desta assembleia” com esta realidade, com o facto de “estarmos no caminho certo a defender um serviço público essencial para os portugueses”.
Ouvir os sindicatos
Quanto às negociações que estão a decorrer com os sindicatos dos enfermeiros, com o foco, designadamente, na contagem e reposicionamento dos pontos da carreira, o ministro garantiu que as conversações estão a correr bem, tendo já permitido, entre outros avanços, “melhorar a remuneração de mais de 16 mil enfermeiros do SNS”. Também em curso, como lembrou, estão igualmente conversações com as organizações sindicais dos médicos, onde se tem abordado, entre outros assuntos, o tema da dedicação plena, reafirmando o governante que “é à mesa das negociações que esta e outras matérias devem ser tratadas”.
Ainda sobre os médicos, o ministro da Saúde lembrou aos deputados que, no âmbito do diploma que conferiu maior autonomia aos hospitais do SNS, “já foram contratados diretamente, em cinco meses, 558 médicos”, o que permitiu, como alertou, “captar clínicos que estavam em prestação de serviços e médicos recém-especialistas”.
Também no âmbito da abertura do concurso para médicos de família, Manuel Pizarro lembrou que foram já admitidos 212 candidatos “para as 196 vagas abertas”, reiterando que haverá “vagas para todos os que sejam necessários”.
O número elevado de especialistas que concorreram às vagas no serviço público de saúde prova, segundo o ministro, “a capacidade de atração do SNS”, uma realidade igualmente válida para os médicos de saúde pública, que preencheram “75% das vagas abertas”, tendo tornado possível “colocar médicos em 18 dos 24 lugares abertos”.