Situação de maior risco está ultrapassada
“Segundo as previsões do IPMA [Instituto Português do Mar e da Atmosfera], o pior, a situação de maior risco, está neste momento ultrapassada”, afirmou, pouco depois das 9h00 (08h00 nos Açores), em declarações na sede da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, no concelho de Oeiras, distrito de Lisboa.
António Costa, que tem estado em “contacto permanente” com o presidente do Governo Regional dos Açores, Vasco Cordeiro, salientou que o estado de prontidão de meios mantém-se até que se justifique a sua desmobilização, tendo transmitido uma palavra de solidariedade a todos os açorianos, em especial, aos residentes nas ilhas mais afetadas.
“Agora o mais importante é fazer uma avaliação dos danos”, referiu ainda o líder do Executivo, que fez saber, já ao princípio da tarde, que o ministro Adjunto e da Economia, Pedro Siza Vieira, irá deslocar-se aos Açores para reunir com o Governo Regional e tomar contacto direto com a situação, no sentido de avaliar necessidades de auxílio e preparar a resposta do Governo da República, caso seja solicitada.
Vasco Cordeiro enaltece sentido de responsabilidade e profissionalismo das operações
O presidente do Governo Regional dos Açores, Vasco Cordeiro, enalteceu, por seu lado, o facto de a passagem do furacão não ter provocado vítimas, destacando o sentido de responsabilidade com que os açorianos enfrentaram o fenómeno e o profissionalismo e dedicação de todos aqueles que estiveram envolvidos nas operações.
“A segurança das pessoas foi o principal. O facto de, até este momento em que estou a falar, não haver vítimas a registar, deve-se, em primeiro lugar, à responsabilidade com que cada um dos açorianos encarou este momento de provação”, afirmou Vasco Cordeiro na ilha das Flores, onde acompanhou a passagem do furacão durante a madrugada e manhã desta quarta-feira.
Segundo disse, esse facto deve-se também ao “profissionalismo, à dedicação e ao empenho de todos aqueles que estiveram envolvidos na preparação e na fase mais crítica da passagem do furacão”, como foi o caso dos bombeiros voluntários, dos profissionais da Proteção Civil, dos funcionários da Administração Regional, das Forças Armadas e de Segurança, dos Rádio Amadores e dos profissionais da Comunicação Social, entre muitos outros.
“A todos eles se deve, em grande medida, o facto de não haver vítimas a registar. Há muito trabalho, há danos que se afiguram elevadíssimos, mas faremos o que os açorianos fazem há cerca de 600 anos neste arquipélago – reconstruir e andar para a frente”, assegurou Vasco Cordeiro.
De acordo com o Serviço Regional de Proteção Civil e Bombeiros dos Açores (SRPCBA), foram registadas, até à manhã desta quarta-feira, 127 ocorrências, nomeadamente 46 no Faial, 21 nas Flores, 20 no Pico, 19 em S. Jorge, nove na Terceira, oito na Graciosa, duas no Corvo e duas em São Miguel.
As ocorrências estão, sobretudo, relacionadas com obstruções de vias, danos em habitações, quedas de árvores, inundações e galgamentos costeiros. Foram realojadas 39 pessoas, na sua maioria na ilha do Faial, tendo esta sido uma das mais afetadas, não se tendo registado, no entanto, qualquer vítima. Foram ainda evacuadas cerca de 100 pessoas na zona costeira do concelho das Lajes do Pico, por precaução.
O SRPCA tem estado a acompanhar todas as situações resultantes da passagem do furacão ‘Lorenzo’ pela Região, assim como todo o Governo Regional e as respetivas entidades com competência em matéria de proteção civil.