Seguro: “O memorando que tem de se ajustar à realidade”
O secretário-geral do PS, António José Seguro, em Oliveira do Hospital, no Dia da Federação Distrital de Coimbra do PS, recomendou hoje ao Fundo Monetário Internacional, Banco Central Europeu (BCE) e outras instituições europeias “estabilidade no discurso” em relação aos países sob assistência financeira.
Ao comentar a notícia de hoje do semanário alemão Der Spiegel de que o FMI se propõe retirar a ajuda financeira à Grécia, o que levará à falência daquele país em setembro, Seguro disse esperar que esse cenário não aconteça.
“Espero que isso não aconteça. Infelizmente têm surgido diversas notícias no que diz respeito à atitude do FMI e do próprio BCE em relação aos países sob assistência financeira. É necessário que o FMI e todos os que têm estado a ajudar os países e as economias do sul [da Europa], mas também da Irlanda, percebam que têm de manter estabilidade no seu discurso”, disse o secretário-geral do PS.
António José Seguro defendeu que as políticas da ‘troika’ “devem ser politicas que ajudem” as economias dos países sob assistência financeira a desenvolverem-se.
“A próxima avaliação da ‘troika’ tem de ter em conta, em primeiro lugar a situação social e económica do nosso país. Por mim já devia ter tido em avaliações anteriores”, frisou.
Seguro reafirmou que possui uma perspetiva “completamente diferente” da que está a ser implementada em Portugal pelo Governo, defendendo um período de ajustamento de “mais um ano” no programa de ajuda financeira.
“Não é por facilitismo. É porque o montante de ajustamento aumentou e a realidade mudou, completamente”, afirmou António José Seguro.
O líder socialista disse ainda que a ‘troika’ deve olhar para a realidade e o memorando deve ser ajustado a essa realidade.
“Essa é a principal critica que faço ao Governo e à ‘troika’. Não é a realidade que tem de se ajustar ao memorando, é o memorando que tem de se ajustar à realidade”, disse António José Seguro