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Saúde global é necessidade compartilhada

Saúde global é necessidade compartilhada

A diplomacia da saúde é uma necessidade que se coloca a nível global porque “a saúde não conhece fronteiras”, disse hoje a ministra da Saúde, Marta Temido, durante a conferência sobre Saúde Global.
Saúde global é necessidade compartilhada

Os desafios da saúde global “transcendem fronteiras e também as clássicas divisões norte-sul, este-oeste, expondo as limitações das abordagens segmentadas”, pelo que “a diplomacia da saúde não é uma opção dos Estados. Em vez disso, é uma necessidade compartilhada”, afirmou esta quinta-feira a ministra da Saúde, Marta Temido, na abertura da conferência ‘Saúde Global – Reforço do Papel da União Europeia’.

“Nenhum Estado estará seguro até que todos estejam seguros” e, por isso, a ministra da Saúde garantiu que “a UE esteve e continuará empenhada” em promover a solidariedade além-fronteiras e reforçar “a influência fortalecedora da União na saúde global e também na diplomacia da saúde”.

Durante a conferência, realizada de forma virtual, no âmbito da presidência portuguesa do Conselho da União Europeia (UE), Marta Temido salientou, ainda, a necessidade de serem implementadas “estratégias mais inclusivas, abrangentes e coordenadas para enfrentar os novos desafios”.

A ministra reafirmou que existe um “compromisso claro” por parte da presidência portuguesa do Conselho da UE em desenvolver um “multilateralismo eficaz”, considerando que a saúde atravessa várias áreas, da governação, nomeadamente, a política externa, a segurança, agricultura, meio ambiente ou a proteção civil.

Reforçar os sistemas de saúde e cooperação

Por seu lado, o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Augustos Santos Silva, destacou a importância de reforçar a cooperação e os sistemas de saúde pública e da cooperação global, advertindo que “muito tem de ser feito” no combate à pandemia de Covid-19, designadamente ao nível da testagem e da distribuição das vacinas.

“Temos de construir recursos (…) focados no bem-estar das pessoas, investir mais nas populações, na coesão social e na importância da saúde pública”, disse o ministro.

“Fizemos um grande esforço para distribuir vacinas. Nunca na história da humanidade as vacinas foram desenvolvidas tão depressa”, afirmou Santos Silva, sublinhando que a presidência portuguesa da União Europeia tem uma agenda legislativa para as questões da saúde.

Augusto Santos Silva referiu, ainda, que é fundamental “aumentar o acesso às vacinas” em todo o mundo, sobretudo em África.

A conferência, que decorreu esta quinta-feira no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, e contou com mensagens gravadas de diversas personalidades, designadamente do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, do diretor-geral da Organização Mundial da Saúde, Tedros Ghebreyesus, e da vice-secretária-geral das Nações Unidas, Amina Mohammed.

Na cimeira foi abordado o papel da União Europeia na saúde global, nas dimensões da diplomacia de saúde global, com especial articulação com a agenda UE-África, da liderança no desígnio da Cobertura Universal de Saúde e do impacto das alterações climáticas na saúde, e com especial destaque para a questão das doenças transmitidas por vetores e os desafios da resistência antimicrobiana.