Intervindo no comício socialista no pavilhão da Sociedade Filarmónica Artística Piedense, em Almada, ao lado do Secretário-geral, António Costa, Ana Catarina Mendes afirmou que o presidente do PSD “bem pode dizer agora que está a favor” do aumento do salário mínimo no país, quando basta lembrar todas as suas intervenções públicas e no Parlamento sobre esta matéria para ser trazido à evidência que tal “é falso”.
“Rui Rio votou sempre contra o aumento do salário mínimo do país. No seu núcleo político -como foi o caso do presidente do seu Conselho Estratégico Nacional – advertia-se que a subida do salário mínimo iria provocar falências de empresas e aumento do desemprego”, recordou.
Ana Catarina Mendes sustentou, pois, que os portugueses devem dizer não, no próximo domingo, a um modelo de país como o que é proposto pela direita, “em que o salário mínimo e o salário médio não aumentam”, em que se pretende baixar os impostos de todas as empresas, mas adiando qualquer redução do IRS das famílias, e que se quer colocar a classe média a pagar as despesas de saúde.
Propostas, acentuou, que são o real programa do PSD, por muito que procurem fugir ao debate, dissimulando o que realmente pretendem fazer.
“Nesta campanha, o doutor Rui Rio é o lobo vestido com pele de cordeiro, que não diz ao país o que quer, que está a dissimular o seu programa”, apontou.
Sampaio da Nóvoa e Inês de Medeiros: Governo PS é garante de “estabilidade” e “progresso”
Antes da intervenção de Ana Catarina Mendes, usaram a palavra Sampaio da Nóvoa e a autarca Inês de Medeiros, com o antigo candidato presidencial a salientar a sua perplexidade com as razões que levaram alguns partidos a abrir uma crise política em Portugal, num momento de conjuntura internacional instável e do combate a uma pandemia que está “a cavar desigualdades”.
“Portugal aguentou bem graças ao Governo, que soube agir na incerteza, graças sobretudo à sociedade portuguesa que revelou uma grande maturidade e responsabilidade”, disse. No entanto, a seguir, “de repente, do nada, esta crise”, apontou.
“Porquê, para quê? Não me canso de perguntar e não encontro respostas. Quando certos partidos pensam mais em si do que no país perdem-se os partidos e perde-se o país”, declarou o antigo reitor da Universidade de Lisboa, defendendo “uma convergência progressista”, com um Governo liderado por António Costa.
Na primeira intervenção da noite, a presidente da Câmara Municipal de Almada afirmou que se está perante umas eleições que “os portugueses não queriam e que o primeiro-ministro também não queria”, elogiando, depois, António Costa como “um homem do diálogo” e um construtor de pontes políticas.
“Foi um dos herdeiros de um acordo histórico com o PCP para a presidência de Lisboa com Jorge Sampaio. Em 2015, recusou os conceitos de partidos fora do arco da governação. E em 2019, a seguir às legislativas, disse que iria respeitar os parceiros que permitiram a estabilidade da anterior legislatura”, referiu Inês de Medeiros.
“Sempre se destacou pela luta constante pelo diálogo e não pelos monólogos da propaganda”, acrescentou a autarca, num discurso em que elogiou, entre muitas medidas da governação socialista, a aprovação do estatuto dos profissionais da cultura e a revisão do modelo de apoio às artes.