“A evolução dos indicadores referentes ao ano de 2022, com base no inquérito de 2021, aponta para já termos retirado, desde 2020, cerca de 170 mil pessoas da situação de pobreza, o que significa que até estamos com uma capacidade de maior aceleração do que aquilo que era previsível até 2030”, avançou a governante.
A ministra, que falava à margem do Fórum Social do Porto, que decorreu neste último fim de semana, declarou que, até 2030, Portugal tem o objetivo de retirar “cerca de 700 mil de pessoas da situação de pobreza” e que o país está “com uma capacidade coletiva de conseguir chegar a este objetivo”.
“É preciso continuarmos com este foco e com esta preocupação simultânea a trabalhar sempre, por um lado, na dimensão estrutural de valorização dos salários, que é mesmo crítica, e também na mobilização de investimento social por parte do Estado, por parte desta lógica da melhor distribuição da riqueza, para conseguir chegar às pessoas mais vulneráveis e é isso que temos procurado fazer”, garantiu.
Ana Mendes Godinho sustentou, neste sentido, que tem de ser prosseguido um “investimento social sem tréguas no combate à pobreza, nomeadamente junto das famílias que têm crianças”, dando o exemplo de medidas como a garantia para a infância e a gratuitidade das creches.
A ministra realçou ainda, a propósito das metas delineadas na Cimeira Social de 2021, que foram alvo de balanço neste Fórum, uma evolução positiva do emprego na União Europeia e, em específico, em Portugal.
“Estamos neste momento com 77,5% em temos de taxa de emprego, significa uma evolução muito positiva. Estamos com um número record de trabalhadores de população ativa e de trabalhadores também empregados, com já cerca de 5 milhões de pessoas a participar ativamente no sistema de Segurança Social, o que também nos dá confiança no próprio sistema e na sustentabilidade de Segurança Social”, observou.
Saldo histórico da Segurança Social
Ana Mendes Godinho classificou, neste aspeto, o saldo atual da Segurança Social, o “mais alto dos últimos dez anos”, como sendo “histórico” e resultado de um grande “esforço coletivo” do país.
“Este resultado histórico da Segurança Social, o saldo mais alto dos últimos dez anos, de cerca de 4 mil milhões de euros, significa o resultado do esforço coletivo de todos nós”, referiu.
A ministra indicou que este resultado decorre, “essencialmente, de dois grandes fatores”: “um maior número de trabalhadores ativos a participar na Segurança Social”, destacando o “número recorde de declarações à Segurança Social”, e a “valorização dos salários”, que corresponde a “um compromisso com os parceiros sociais” e que é, como acrescentou, “crítica para o país”.
Para Ana Mendes Godinho, o sistema de Segurança Social “está a ganhar a capacidade de confiança e responsabilidade intergeracional, dando confiança, não só aos atuais pensionistas, mas também aos jovens que estão a entrar no mercado de trabalho”, garantindo, também, que está a ser construída “uma Segurança Social sólida”.