“Se, de facto, houve avanços na reposição de salários e na reposição de direitos dos trabalhadores, esses avanços fizeram-se com o Partido Socialista e com a esquerda parlamentar, e, em particular, com o Partido Comunista Português”, salientou a líder parlamentar do PS durante a interpelação do PCP ao Governo sobre a defesa dos direitos dos trabalhadores.
Ana Catarina Mendes destacou que o combate à “crise histórica” causada pela pandemia de Covid-19 não foi feito só na parte da saúde, mas também assegurando “que o emprego se mantinha para os nossos trabalhadores, e por isso o ‘lay-off’ foi tão importante”. O Governo garantiu “que o desemprego não era a receita que a direita nos ofereceu na outra crise, e por isso chegámos aos 17,5% de desemprego e temos hoje 6,8% de desemprego”, o que significa “um esforço significativo” por parte do Executivo.
A presidente da bancada do PS admitiu depois que “há matérias de legislação laboral que requerem que sejam revisitadas e que requerem que trabalhemos em conjunto na concertação social e neste Parlamento para melhorar e para conferir os direitos e a dignidade aos trabalhadores”. “Esse é o compromisso que quero deixar neste debate por parte da bancada do Partido Socialista”, asseverou.
Dirigindo-se em seguida às deputadas do PSD Carla Barros e Helga Correia, Ana Catarina Mendes considerou “extraordinário que digam que o Governo fugiu a esta crise”, acusando-as de “fugir à realidade”.
E deixou uma questão: “As senhoras deputadas acham que é uma conquista mínima um aumento de 60% dos inspetores na ACT (Autoridade para as Condições do Trabalho)?”.
Ora, trata-se de parlamentares que “estavam sentadas nesta bancada a aplaudir um corte de 20% de inspetores na ACT” durante o Governo PSD/CDS-PP, recordou.
A líder parlamentar socialista lembrou ainda que, “depois de um acordo na concertação social de aumento do salário mínimo, as senhoras deputadas levantaram-se nesta casa para votar contra o aumento do salário mínimo”.
“Fugir da realidade não nos resolve problema nenhum”, concluiu.