“É um momento muito importante para o país, para esta região. Nós já podemos novamente fazer [de comboio, a viagem] Guarda – Covilhã – Lisboa, podemos fazer Covilhã – Vilar Formoso, Covilhã – Coimbra. É a justiça que o país está a fazer a esta região”, disse esta terça-feira o ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos.
O Governo está a “iniciar uma grande revolução na ferrovia em Portugal, e isso é muito importante”, salientou o ministro antes de iniciar a viagem de comboio entre Guarda e Covilhã que serviu para assinalar a inauguração oficial do troço ferroviário que liga estas duas cidades da Beira Interior. As obras de requalificação e modernização deste troço, que estava fechado desde 2009, resulta do investimento de 77 milhões de euros.
Acompanhado pela ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, e pelo secretário de Estado das Infraestruturas, Jorge Delgado, o ministro Pedro Nuno Santos adiantou, ainda, que as obras de modernização da linha da Beira Alta já começaram, assim como as intervenções no corredor Norte.
Conforme o ministro salientou, o Governo está a concretizar um duplo investimento: “o investimento na ferrovia e o investimento no interior do nosso país. E, é isso que nós fazemos, juntando a ferrovia e o investimento na coesão territorial”.
O titular da pasta das Infraestruturas destacou algumas das vantagens do comboio como meio de transporte, nomeadamente o fato de ser mais “barato”, “mais limpo”, “confortável” e “de futuro”.
No sentido de promover a utilização desta ligação, a qual permite uma “oferta integrada” dos serviços intercidades e regional das linhas da Beira Baixa e Beira Alta, o preço aplicado nas viagens entre a Guarda e Covilhã “é sempre de tarifa regional, quer os clientes viajem em serviço intercidades ou regional”, disse Pedro Nuno Santos.
Prolongamento da linha do Douro
O ministro Pedro Nuno Santos adiantou que o Governo pretende proceder à modernização e eletrificação da linha Douro entre Pocinho e Barca d’ Alva, apesar da obra não constar “em nenhum programa neste momento”.
“O [troço] Pocinho – Barca d’Alva não está em nenhum programa neste momento, mas nós [Governo] achamos que, no quadro da elaboração do Plano Ferroviário Nacional, com certeza que essa extensão vai constar” no plano, disse o governante.
Investimento de 143ME na rede rodoviária
Por seu lado, a ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, garantiu que a ligação entre a Autoestrada 23 (A23), em Alcains, Castelo Branco, e a fronteira nas Termas de Monfortinho (IC31) deverá estar concluída até 2026.
“No mesmo dia em que foi aprovado o PRR, e porque já tinha sido anunciado um conjunto de estradas que tiveram de ser retiradas, foi também aprovada uma resolução do Conselho de Ministros que prevê a construção das vias identificadas”, referiu Ana Abrunhosa.
“Estamos a falar de um conjunto de vias que perfazem 143 milhões” de euros, salientou a ministra, dos quais 45M€ destinam-se à execução do IC31.
A ministra da Coesão Territorial sublinhou que a resolução do Conselho de Ministros tem a vantagem de “identificar a fonte de financiamento” e de já existirem “as autorizações anuais” por parte do Ministério das Finanças.
“É uma solução muito boa que vai permitir, inclusivamente, que os projetos e as respetivas obras avancem antes do PRR, porque neste momento já temos instrumento legal para iniciar estas vias”, afirmou Ana Abrunhosa.