PSD tem de esclarecer se está a negociar com extrema-direita para tentar governar
Ana Catarina Mendes frisou, em declarações à SIC, no Parlamento, que o que está a acontecer nos Açores, depois das eleições legislativas regionais no passado dia 25 de outubro, “é um processo democrático de viabilização de um Governo, e em democracia há sempre alternativa”. “O PS é o partido fundador das autonomias regionais”, sublinhou a dirigente socialista, que alertou que “o que não pode passar em claro nestas eleições açorianas é o que tem a ver com o plano nacional”.
“O Dr. Rui Rio tem de explicar ao país, sendo líder de um dos partidos estruturantes da nossa democracia, se aceitou ou não sentar-se à mesa com a extrema-direita, se aceita como projeto para o país vir a governar com a muleta da extrema-direita Chega”, defendeu.
A líder parlamentar do PS lamentou que um partido como o PSD esteja a fazer uma “normalização do Chega”, tratando-se de um “partido inimigo da democracia, contra os direitos fundamentais, contra os direitos, liberdades e garantias, contra a própria democracia e contra o regime democrático”.
Ora, o Partido Socialista realça a gravidade de “um partido como o Partido Social-Democrata, como o PPD/PSD de Sá Carneiro” negociar e aceitar “o projeto de revisão constitucional – a troco de uma constituição governativa – que defende nada mais, nada menos que a prisão perpétua, a castração química, a violação de todos os direitos fundamentais, a limitação de todos os direitos fundamentais”, asseverou.
A presidente do Grupo Parlamentar do PS garantiu depois que o Partido Socialista “não se calará” perante o que “está a acontecer um pouco por todo o mundo”, com o “crescimento da extrema-direita, do populismo e da falta de respeito pela dignidade humana”. O PS “nunca calou, construiu a democracia e continuará a defender uma democracia que seja respeitadora dos direitos, liberdades e garantias e de um Estado de direito democrático”, afiançou.
Ana Catarina Mendes repetiu o apelo: “O Dr. Rui Rio tem a obrigação de dizer ao país se se vai sentar e se aceita a nova etapa que introduziu na vida política portuguesa – que o PSD tenha como muleta a extrema-direita, ou seja, o Chega para poder governar o país”.