PSD deve demarcar-se de discurso xenófobo e racista

Esta posição foi transmitida pela Secretária-geral adjunta do PS, Ana Catarina Mendes, em conferência de imprensa, em que esteve acompanhada pela candidata socialista à Câmara de Loures, Sónia Paixão.

“O PS exorta formalmente o doutor Pedro Passos Coelho para que retire a confiança política ao candidato da coligação PSD/CDS à presidência da Câmara Municipal de Loures, honrando assim a tradição do PPD/PSD”, afirmou a dirigente socialista, advertindo que caso essa tomada de posição não aconteça, a liderança nacional dos social-democratas estará a ser “cúmplice” do discurso de ódio e intolerância racial que tem vindo a ser reiterado pelo candidato à autarquia de Loures.

“O silêncio envergonhado do PSD é um erro e um perigo. Este é o momento de Pedro Passos Coelho demarcar-se daquelas declarações ou tornar-se-á cúmplice de semear o discurso da intolerância, do racismo e da xenofobia”, sublinhou Ana Catarina Mendes, acrescentando que o líder do PSD “tem a obrigação de quebrar o seu inadmissível silêncio e de cortar o mal pela raiz, não deixando que o discurso xenófobo se instale e possa germinar” ao nível do debate político.

“Isto não está à altura da tradição intercultural do país e, importa reconhecê-lo, da tradição do PPD/PSD”, disse, referindo ainda ser sintomático o apoio entretanto já manifestado pelo PNR ao discurso do candidato social-democrata.

A candidata socialista à Câmara de Loures, por sua vez, disse também estranhar que as declarações do candidato do PSD não tivessem merecido, até ontem, a condenação pelo atual presidente da autarquia, Bernardino Soares, referindo que se entenderia mal se essa omissão se devesse ao atual acordo de governação na autarquia.

“Relembro que, em Loures, a CDU está coligada com o PSD. Têm um acordo de governação”, apontou.

Sónia Paixão criticou ainda o “desinvestimento nas políticas de integração e acolhimento de imigrantes e minorias étnicas” que se registou no último mandato da autarquia, em contraste com o que aconteceu quando a Câmara de Loures teve uma maioria socialista.