Intervindo no debate preparatório do Conselho Europeu, com a participação do primeiro-ministro, o socialista começou por saudar o Governo por manter o “empenho no pilar europeu dos direitos sociais” e “o seu compromisso com o Fórum Social do Porto já em maio de 2025”, mas estranhou “a total ausência de referências nas prioridades portuguesas à União Europeia da Saúde”.
“A União Europeia da Saúde, prometida por Ursula von der Leyen, parece-nos absolutamente decisiva para garantir a sustentabilidade do sistema de saúde, a resposta a futuros eventos no quadro internacional e àquilo que nos está a acontecer hoje, com as doenças crónicas não transmissíveis a terem um peso gigantesco no sistema de saúde de todos os países europeus”, salientou.
Manuel Pizarro admitiu temer que esta ausência “sinalize uma desistência desta União Europeia da Saúde, talvez à espera de uma próxima pandemia que nos faça compreender que a resposta aos temas de saúde não pode ficar apenas confinada aos espaços nacionais”.
O parlamentar focou-se, em seguida, na “gravíssima situação” da guerra causada pela invasão russa da Ucrânia. “É essencial a manutenção da solidariedade europeia com o povo ucraniano, de forma a que se encontre uma solução de paz, mas em que essa paz não pode significar uma rendição e o abandono dos ucranianos e dos valores que defendemos”, advertiu.
Ora, para Manuel Pizarro, a questão que se coloca é saber como se garante “a manutenção e o reforço desse apoio sem pôr em causa as políticas de coesão, a Política Agrícola Comum e a visão de aumento do investimento necessário para alargar a nossa competitividade”.
O deputado do Partido Socialista comentou também que o tema da competitividade no contexto da União Europeia, trazido ao debate pelo primeiro-ministro, é “central” e admitiu ter ficado “agradado com esse regresso do PSD a uma visão progressista sobre o futuro da nossa União”.
Manuel Pizarro defendeu que a maior importância está no tema do financiamento e questionou o Governo como “vai ser possível, num contexto orçamental que é conhecido e num contexto de dificuldade no quadro internacional, nomeadamente na guerra na Ucrânia e na situação do Médio Oriente, reunir os meios financeiros que permitam à Europa representar esse papel de reindustrialização, ligando o progresso económico à valorização e à evolução do modelo social europeu”.