PS quer que reforço geoestratégico dos Açores continue no futuro
Lara Martinho começou por referir que no início desta legislatura os açorianos reivindicavam uma nova responsabilidade face ao processo de descontaminação da Base das Lajes, um novo apoio à Praia da Vitória, no âmbito do reforço da rede de abastecimento de água e uma transferência definitiva para a Região dos bairros norte-americanos abandonados. Os açorianos apelavam por maior capacidade de utilização da pista do aeroporto das Lajes, bem como a sua certificação internacional, pela segunda tripulação das equipas de busca e salvamento e pela a reabilitação de espaços como a Igreja de São João Baptista e criação de centro interpretativo da Fortaleza de São João Baptista. “E tudo isto foi reconhecido e atendido por este Governo”, afirmou a deputada socialista.
Lara Martinho, que interpelava o ministro de Defesa na Comissão de Defesa Nacional, salientou a mudança que o atual Executivo implementou em relação a esta matéria. “Nunca antes as reivindicações dos Açores foram tão transversalmente reconhecidas e atendidas”, reconheceu. “Os açorianos exigiam fazer parte das estratégias nacionais. E o Governo respondeu afirmativamente e de forma transversal em várias ilhas, com a criação do AIR Center, do Porto Espacial e em particular na área da defesa do Centro Nacional de Operações SST e do Centro para a Defesa do Atlântico (CEDA)”, lembrou.
A deputada socialista advertiu, porém, que este é um caminho que deve continuar a ser percorrido. “A nossa posição geoestratégica, dramaticamente desaproveitada a nível nacional pelo anterior governo, foi sempre uma aspiração açoriana”, reiterou. “Nesta legislatura, assumimos como prioridade reforçar a importância geoestratégica dos Açores, no contexto da sua centralidade Atlântica e de forma a aproveitar todo o potencial estratégico da região para o país”, prosseguiu, relembrando que foi aprovado um projeto de resolução do PS a fazer um conjunto de recomendações nesse sentido.
“Chegados ao fim desta legislatura, importa, pois, perceber como podem estes projetos potenciar esta ambição açoriana, criar riqueza e emprego a nível regional, e que balanço podemos fazer sobre o protagonismo dos Açores e da promoção da sua mais valia estratégica no atual ambiente internacional, sobretudo na UE e NATO”, questionou.
Na resposta, João Gomes Cravinho garantiu que os Açores são uma componente importante do significado geoestratégico de Portugal. “O facto de termos a Região Autónoma no meio do Atlântico tem de ser valorizada devidamente”, concordou, revelando que o Governo tem procurado fazê-lo de uma forma múltipla com o Centro Nacional das Operações Space Surveillance and Tracking, e o CEDA mas também com a cedência de terrenos, reabilitação de património, certificação para uso civil, reforço dos meios aéreos, e o dossier ambiental por parte do Ministério dos Negócios Estrangeiros.
O ministro assegurou que este trabalho é para continuar. “É um caminho a seguir para os próximos anos”, comprometeu-se.