PS pede intervenção do Governo nos atrasos dos CTT nos Açores
Ao longo da presente legislatura, Carlos César, Lara Martinho e João Castro têm vindo a apontar “as falhas graves” de que têm tido conhecimento, “solicitando inclusivamente diversas audições, mas a realidade é que esta situação continua a manifestar-se e a afetar o normal funcionamento da atividade das empresas, sendo também relatados vários atrasos que em muito prejudicam a vida dos cidadãos, decorrentes da decisão de privatização dos CTT pelo anterior Governo PSD/CDS”.
Como bem salienta o voto de protesto aprovado por unanimidade pela Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores, desde a privatização dos CTT “foi notório o aumento do número de reclamações”. “A empresa diminuiu de forma drástica o seu número de colaboradores, a sua presença no território nacional e regional, com a consequente diminuição dos serviços de proximidade às populações e mesmo à destruição de uma confiança que levou anos a conquistar”, observaram os deputados.
Os parlamentares socialistas referem que “os atrasos ocorrem nas encomendas entre Portugal Continental e os Açores, bem como no correio inter-ilhas, afetando todas as ilhas. Por sua vez, os atrasos nas encomendas de correio internacional para os Açores revelam-se mais acentuados em determinadas ilhas, o que não se verificava antes da nova reorganização logística, nomeadamente com a eliminação de postos de desalfandegamento”.
O Grupo Parlamentar do PS questionou, em fevereiro de 2018, a administração dos CTT sobre o “impacto negativo” que as opções de gestão estavam a causar nos Açores, sendo que uma das justificações apresentadas prendeu-se com “a falta de disponibilidade para transporte de carga aérea nas ligações aos Açores e inter-ilhas”. “Ora, considerando que, em dezembro de 2018, o Consórcio MAIS deu início a uma operação regular de transporte de carga aérea entre o continente e os Açores, importa conhecer as razões pela manutenção dos atrasos anteriormente verificados, bem como a contínua utilização do meio de transporte marítimo na oferta CTT”, apontam.
Assim, Carlos César, Lara Martinho e João Castro perguntam ao ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, qual a razão para a prestação do serviço CTT Expresso Cargo manter como meio de transporte o marítimo, que varia entre cinco a 26 dias, existindo neste momento uma resposta efetiva por via aérea.
Os deputados açorianos questionaram também se a ANACOM, Autoridade nacional para as Comunicações, estabeleceu objetivos de qualidade específicos para os Açores com vista ao acompanhamento da qualidade do serviço postal universal na Região Autónoma.