PS lamenta voto contra do PSD motivado pela disputa interna e sem apresentar qualquer proposta ao país
“O presidente do PSD apresentou sete razões para votar contra o Orçamento de Estado, mas há uma oitava e real razão pela qual não quer votar esta proposta de Orçamento do Estado: porque falou para dento do seu próprio partido, para a disputa interna e para os seus adversários, Rui Rio anunciou o voto contra aos seus adversários”, afirmou a líder parlamentar do PS, esta terça-feira, em conferência de imprensa, no Parlamento.
“A verdade é que ao longo de quatro anos, o PSD nunca votou a favor dos orçamentos que repuseram rendimentos, que repuseram salários, que aumentaram as pensões, que criaram emprego, que baixaram impostos. Nunca o PSD esteve ao lado desta agenda progressista”, acusou.
Para Ana Catarina Mendes, “não é de espantar que num clima de eleições internas o PSD volte, mais uma vez, num quinto orçamento apresentado pelo Governo Socialista”, a votar contra o que é um “excelente orçamento”.
E elencou algumas das medidas que considera distintivas do documento que verdadeiramente põe em execução políticas de reforço do investimento público e da melhoria das condições de vida das famílias e das empresas, como o aumento das verbas para o Serviço Nacional de Saúde, a atualização anual dos salários na Função Pública e o investimento tanto na ferrovia, como nas escolas e hospitais.
“Por isso mesmo, não é de estranhar que, neste clima de eleição interna, o Dr. Rui Rio se tenha esquecido de falar aos portugueses, que não tenha apresentado uma proposta sequer que fosse aos portugueses, mas que tenha falado para os seus adversários internos, e isso é pena porque é o país que perde”, lamentou.
Esquerda não pode frustrar expetativas dos eleitores
A líder parlamentar do PS advertiu também que uma não aprovação do Orçamento do Estado para 2020, por parte dos partidos da esquerda parlamentar, frustraria as expectativas dos eleitores que nas últimas legislativas quiseram uma maioria progressista na Assembleia da República.
“Julgo que aqueles que estiveram com o PS nos últimos quatro anos, que aprovaram bons orçamentos, não têm nenhuma razão para que não votem agora num Orçamento que é em tudo melhor que os quatro anteriores. Seria frustrar as expectativas dos eleitores. Na noite das eleições legislativas, esses eleitores reforçaram o PS, mas quiseram que uma maioria de esquerda continuasse no parlamento a aplicar as medidas progressistas”, sustentou.
“Depois da aprovação da proposta de Orçamento na generalidade, haverá tempo para diálogo em sede de especialidade. A discussão na especialidade serve para serem votadas outras propostas, para se melhorar aquilo que se tiver de melhorar”, completou.
Da parte do PS, Ana Catarina Mendes reiterou que “esta proposta é a melhor dos cinco orçamentos apresentados nos últimos anos”.
“Estamos perante uma proposta de Orçamento mais livre nas nossas opções, porque um país menos endividado é também um país mais livre. Estou certa de que todos honraremos o compromisso que assumimos com os portugueses e que todos honraremos o mandato que os portugueses confeririam a este parlamento com a aprovação de um Orçamento do Estado à esquerda”, reforçou.