“Para nós, a igualdade tem um largo espetro: no género, nas liberdades individuais, nos direitos sociais, nos direitos humanos, nas políticas migratórias. E neste particular a nossa igualdade não é a igualdade que defendem os nossos adversários”, afirmou João Torres, na abertura da Convenção da Igualdade ‘Que sociedade queremos em 2023?’, promovida pelas Mulheres Socialistas.
O ‘número dois’ da direção do PS considerou que a visão de igualdade defendida pelos socialistas “não é, desde logo, a igualdade do PSD, nem na versão do doutor Moedas [presidente da Câmara Municipal de Lisboa], nem na versão do doutor Montenegro [presidente dos social-democratas], em ambos os casos com uma conceção profundamente errada e até de profundo desprezo, algo que seria impensável há alguns anos num partido fundador do nosso regime democrático”.
“A nossa direita é mesmo incapaz de gerar empatia com os cidadãos, é mesmo incapaz de gerar empatia com as pessoas”, criticou João Torres.
O dirigente socialista advertiu também que “aqueles que teimam em percorrer os mesmos caminhos do passado, aqueles que insistem em focar-se ora no ataque pessoal, ora na capitalização das dificuldades de uma forma tantas vezes inaceitável ou mesmo, e mais grave ainda, aqueles que teimam em percorrer o caminho da normalização da extrema-direita, devem lembrar-se de que é precisamente nesses momentos que o PS mais se une e mais se fortalece”.
Na sua intervenção, João Torres não deixou ainda sem referência a aprovação, pela Assembleia da República, na sexta-feira, da ‘Agenda para o Trabalho Digno’, considerando que este foi “um importante e significativo passo”, que “simboliza bem o compromisso do PS com as trabalhadoras e os trabalhadores”, e que se vai traduzir em “avanços concretos” e “mais direitos e menos precariedade”.
Continuar a construir um “país aberto, inclusivo e inovador”
Intervindo também na abertura da convenção, a governante e dirigente socialista Ana Catarina Mendes abordou, igualmente, a questão dos fluxos migratórios, tema que considerou como “um dos desafios maiores” para Portugal e para a Europa.
“A melhor forma de podermos cumprir a igualdade é continuar a construir um país aberto, inclusivo e inovador”, defendeu Ana Catarina Mendes, apontando que “agilizar a entrada de estrangeiros não aumenta o número de migrantes, mas reduz significativamente os imigrantes ilegais”.
A também ministra dos Assuntos Parlamentares sublinhou, neste sentido, que a chamada “lei de estrangeiros é um bom instrumento para garantir que a imigração ilegal é combatida”, assim como o tráfico de seres humanos.
Ana Catarina Mendes indicou ainda que, ao longo do próximo mês, o Governo vai realizar “um périplo” por todo o país “para fazer uma avaliação daquilo que são as metas dos objetivos da agenda para o desenvolvimento sustentável”, sobre a qual, como garantiu, o executivo socialista “está a cumprir cada um destes objetivos” e com vários anos de avanço em relação ao prazo estipulado.
Na sua intervenção, a dirigente e governante socialista deu também nota de que o Programa Escolhas, que visa a promoção da integração social e da igualdade de oportunidades, “terá nova edição já a partir de junho, fazendo a integração e inclusão pela cultura”.