Na sessão de final de legislatura do Grupo Parlamentar do PS, que se realizou na Assembleia da República e contou com a presença do Secretário-geral do Partido Socialista, António Costa, Ana Catarina Mendes sublinhou que, além de presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues “foi um jovem que, desde muito cedo, combateu a ditadura, se bateu contra as injustiças e pela igualdade de oportunidades”, nunca tendo desistido “da entrega ao serviço público, em nome da democracia” e “da justiça”.
Assim, tanto como líder parlamentar, mas também como amiga, Ana Catarina Mendes dirigiu “uma palavra de estima e, sobretudo, de muito sucesso” a Ferro Rodrigues, acreditando que a sua “inquietude” irá fazer com que a sua voz seja ouvida nos próximos anos, “em nome da democracia, da transparência”.
Também António Costa destacou o percurso de Ferro Rodrigues e assegurou que, tal como a sua vida “não começou como presidente da Assembleia da República”, certamente não terminará no dia em “que cessar funções”.
O Secretário-geral do Partido Socialista considerou o trabalho realizado por Ferro Rodrigues nos últimos anos como “absolutamente exemplar”, tendo prestigiado “não só o PS”, como também o Parlamento, “o que significa prestigiar a democracia”.
“Só temos a agradecer a forma exemplar como o Eduardo representou, prestigiou a Assembleia e a afirmou como o órgão de soberania que representa todos os portugueses na sua pluralidade, perante quem o Governo responde e de quem o Governo depende, sejam as circunstâncias que forem”, mencionou.
Eduardo Ferro Rodrigues admitiu, perante os deputados socialistas e funcionários do Grupo Parlamentar do PS, que “é muito bom em vida ouvir estes elogios que normalmente são feitos quando já não se tem capacidade para se ouvir coisíssima nenhuma” e afirmou que os anos enquanto presidente da Assembleia da República “foram uma enorme honra” pessoal, apenas ultrapassados pelo dia 25 de abril de 1974, que qualificou como a data “mais feliz” da sua vida “do ponto de vista político”.
“Como sabem, eu fiz sempre tudo para, em cada deputado, ter um amigo. Muitas vezes, as coisas não correm tão bem como queremos na direção do plenário. Como dizia o Raul Solnado, ‘desculpem qualquer coisinha’”, disse.
A presidente do Grupo Parlamentar do PS também dirigiu algumas palavras a Jorge Lacão, reforçando o seu contributo para “a valorização do poder local democrático” e por ter demonstrado “como o poder local é essencial e foi essencial e determinante para o desenvolvimento” do país.
“O Jorge Lacão despede-se deste Parlamento com aquilo que foi a sua bandeira de sempre: a justiça, uma justiça transparente, um exercício dos poderes políticos com transparência, com rigor”, elogiou Ana Catarina Mendes, que aproveitou para confessar o “orgulho” que sente no trabalho que o Grupo Parlamentar do PS fez “numa legislatura tão atípica e tão difícil”.
Por sua vez, António Costa dirigiu a Jorge Lacão palavras de “profunda gratidão e de reconhecimento de todos os socialistas” pelo “trabalho extraordinário que, ao longo de 38 anos, desenvolveu na Assembleia da República”.
“A admiração, a estima e o carinho que todos desenvolvemos pelo Jorge Lacão não é um exclusivo dos socialistas”, asseverou o também primeiro-ministro, que acrescentou que o deputado socialista “é uma voz e uma personalidade respeitada por todas as bancadas na Assembleia da República”.
Jorge Lacão agradeceu as palavras e despediu-se desejando “felicidades para todos, para o PS e para o futuro” de Portugal.