“Sim, nós somos um partido reformista. [O PS] Fez uma grande reforma com a fundação do Serviço Nacional de Saúde, com a criação do Rendimento Social de Inserção, com a generalização do ensino pré-escolar, ou com a redução de 13% para 5,9% do abandono escolar precoce entre a população mais jovem”, afirmou António Costa, num discurso que marcou a sessão comemorativa dos 49 anos da fundação do PS.
“A questão entre nós e a direita não é saber quem faz reformas e não faz reformas. A questão entre nós e a direita é saber que reformas é que eles gostariam de fazer e que reformas é que nós fazemos”, completou o líder socialista.
Na sua intervenção, durante a iniciativa que encheu o espaço da Gare Marítima de Alcântara, em Lisboa, António Costa acentuou também uma demarcação clara do PS face aos partidos à sua direita, sublinhando que mesmo perante as dificuldades que se colocam ao país, agora com a guerra na Ucrânia, como antes face à pandemia, os socialistas não viram a cara ao combate e mostram ser capazes de cumprir os compromissos e o mandato confiado pelos portugueses.
“Há algo que a direita tem de perceber. Nós assumimos a nossa responsabilidade com muita humildade, mas assumimos a nossa responsabilidade sabendo bem quais foram os compromissos que nós assumimos com os portugueses”, garantiu.
Para o Secretário-geral do PS e líder do Governo, essa determinação contrasta, de forma evidente, com uma frustração política que a direita não consegue esconder.
“Esperava [a direita] que tivéssemos de pôr o programa eleitoral na gaveta e fazer um Programa de Governo que não correspondesse aos compromissos que assumimos com os portugueses. Não, o nosso Programa de Governo traduz letra por letra os compromissos que assumimos com os portugueses e as únicas alterações que fizemos foi para responder às nossas necessidades que não estavam previstas em outubro e que agora têm de necessariamente ter resposta perante a nova realidade”, sublinhou.
Em relação ao Orçamento, António Costa disse que a direita terá uma “nova frustração”, porque o Orçamento é o mesmo nas suas linhas estruturais.
“Estou a falar daquele Orçamento que as oposições chumbaram e que eu mostrei aos portugueses que era o Orçamento que iríamos apresentar de novo à Assembleia da República para ser aprovado”, declarou.
O Secretário-geral do PS adiantou depois que o Orçamento responderá às novas circunstâncias da crise internacional, mas reforçou a sua garantia.
“Nós respondemos às novas circunstâncias sem esquecer e sem deixar de cumprir todos os compromissos que assumimos com os portugueses e que iremos honrar daqui até outubro de 2026”, concluiu.