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PS dirige mensagem de “esperança e confiança” ao povo açoriano

PS dirige mensagem de “esperança e confiança” ao povo açoriano

No discurso da sessão de encerramento do Programa do XIII Governo dos Açores, o presidente do Grupo Parlamentar do PS/Açores, Vasco Cordeiro, deixou uma mensagem de “esperança e de confiança” às açorianas e aos açorianos, quer aos que votaram no Partido Socialista, quer aos que votando noutros partidos “também estão apreensivos, preocupados e, em alguns casos, revoltados pelo facto de ter sido dado esta utilização ao seu voto”.
PS dirige mensagem de “esperança e confiança” ao povo açoriano

Como sublinhou na sua intervenção, “esta solução de Governo precisa desesperadamente de esconder que, apesar de ter a força da soma dos mandatos parlamentares, não tem a força da legitimidade do voto dos açorianos”. Apesar de muitos terem afirmado que “a soma dos votos dos partidos que suportam e apoiam o Governo é superior aos votos obtidos pelo Partido Socialista e que, portando, na sua opinião, isso dá legitimidade do voto a esta solução do Governo”, a verdade é que nunca assumiram, antes das eleições, “perante o povo açoriano que, se tivessem maioria de mandatos, formariam um Governo”.

“O PSD disse que nunca se coligaria com o Chega; o Chega disse que era um partido antissistema e que, portanto, isso de apoiar governos não era com eles. O PPM disse do líder do PSD, e o atual presidente do Governo, aquilo que Maomé não disse do toucinho…”, apontou.

Por tudo isso, Vasco Cordeiro garante que os açorianos podem ter, da parte do Partido Socialista, “esperança e confiança nos méritos da nossa autonomia, mesmo considerando os aspetos em que ela pode ser melhorada e aperfeiçoada. Esperança e confiança nos órgãos de governo próprio da nossa Região, entre os quais se inclui, como primeiro e principal, este Parlamento. Esperança e confiança nos Açores e nos açorianos, naquilo que nos une, naquilo que nos motiva, naquilo que nos orgulha como Povo e como Região”.

“Sem temores, sem receios, é com esperança e confiança que o Grupo Parlamentar do Partido Socialista se apresenta para servir os Açores e os açorianos nesta XII Legislatura, com honra e com orgulho no mandato que o povo açoriano nos concedeu”, assegurou.

Programa do Governo é motivo de “grande preocupação” e encerra contradições graves

Na sua intervenção, Vasco Cordeiro manifestou também “grande preocupação” face ao programa apresentado pelo XIII Governo, que mereceu o voto contra de mais dois partidos eleitos para o Parlamento, realçando as contradições entre as propostas e a prática e os prejuízos que podem advir para os açorianos.

Tendo em conta que a entrada “em plenitude de funções” do Governo depende da aprovação do seu programa, o presidente do Grupo Parlamentar socialista considera que “este é um dos momentos maiores do exercício da autonomia”, pelo que se exige “particular clareza, transparência e concretização”. Mas, no final dos três dias de debate sobre o programa que a coligação tem para o Governo, conclui-se que “não é este o caminho que os Açores devem seguir para não deixar ninguém para trás”.

O que este debate revelou é “motivo de apreensão” e de “grande preocupação”, realçou Vasco Cordeiro, para quem o documento debatido não disfarça “uma desesperada tentativa de justificar a tomada do poder” e que “fazer a casa a começar pelo teto” não terá um “resultado positivo”.

Para Vasco Cordeiro, durante o debate, o Governo “oscilou, erraticamente” entre anunciar medidas que são cópia ou continuidade das medidas que “tanto combateram como negativo, no passado” e entre “a ausência de resposta quanto a metas, objetivos ou formas de concretizar as generalidades nas quais o Programa de Governo é pródigo”.

Outra das conclusões que se retira, prosseguiu, é que “este governo é mais diligente e pressuroso em atacar o PS e o seu património político, do que em olhar o futuro e o desenvolvimento dos Açores”.

As posturas dos secretários regionais das Finanças e da Saúde foram demonstrativas disso mesmo, exemplificou, referindo, em relação ao primeiro, o “lamentável episódio da ‘decisão’ que, afinal não era ‘decisão’, mas que, – repare-se -, no entender do senhor secretário, não pode deixar de ser a decisão a tomar pela Comissão Europeia sobre a SATA”.

“O senhor secretário regional das Finanças mentiu ao Parlamento dos Açores e mentiu ao povo açoriano”, condenou Vasco Cordeiro, lamentando a “irresponsabilidade e a leviandade demonstradas num assunto de tamanha importância estratégica” e questionando a coerência com que o responsável se apresentará na próxima reunião com a Comissão Europeia sobre este assunto, para defender a SATA e os Açores.

Igualmente condenável, apontou, foi o comportamento do secretário regional da Saúde, que “três dias após ter anunciado o apocalipse no Serviço Regional de Saúde, entre ruturas e colapsos – claro está, insinuando a culpa do anterior Governo do Partido Socialista -, que lançaram o alarme, a angústia e o medo, veio, ele próprio, desmentir-se: afinal, não era verdade o que tinha dito antes, o Serviço Regional de Saúde não está à beira da rutura, nem à beira do colapso”.

“Este Governo diz uma coisa e faz o seu contrário”, pontuou Vasco Cordeiro.