Projeto europeu precisa de se refundar com maior integração política
“Este é um tempo em que a Europa tem de refletir e encontrar as soluções que os cidadãos necessitam. Por isso, não é tempo para estarmos a falar em referendos, mas sim de uma reinvenção e de uma refundação do próprio projeto europeu, que está com enormes problemas”, afirmou, defendendo que a Europa “tem de perceber os sinais dados nos últimos tempos e tem de inverter as políticas de austeridade”.
Ana Catarina Mendes reiterou ainda que uma eventual aplicação de sanções a Portugal pela União Europeia seria uma enorme injustiça face ao esforço que os portugueses fizeram e a que foram sujeitos nos últimos anos, um cenário que disse acreditar que não se venha a verificar, destacando, nesse sentido, o empenho da governação socialista em defesa do interesse nacional no seio da Europa.
“É nisso que estamos empenhados. O PS e este Governo já demonstraram que têm feito voz grossa no sentido de defender os interesses de Portugal e, por isso, sempre rejeitaram quaisquer sanções ao país, porque não seriam merecidas após o esforço feito pelos portugueses e, igualmente, porque não são necessárias quando se está a inverter o rumo da austeridade e a lutar também para que a Europa mude a sua política”, sustentou a Secretária-geral adjunta socialista.
Ana Catarina Mendes referiu-se também com tranquilidade ao processo negocial que irá decorrer com os partidos da maioria parlamentar de esquerda, relativo à elaboração do Orçamento do Estado para o próximo ano, manifestando a certeza de que em 2017 o país terá “outra vez um Orçamento amigo das famílias, amigo das empresas e amigo do crescimento, com recuperação da economia portuguesa”.
Apoio ao Governo reafirmado
Integrando também a delegação socialista presente no encerramento da Convenção do Bloco de Esquerda, Pedro Nuno Santos destacou que do encontro saiu reforçado o compromisso de apoio ao Executivo, aludindo ainda às inquietações manifestadas sobre a União Europeia como sendo partilhadas pelo Governo do PS.
“O BE é um dos partidos que apoia este Governo. Esse apoio, depois desta convenção, como puderam todos ver, continua firme e é isso que é mais importante para o Governo e para Portugal”, sublinhou.
O governante socialista salientou ainda que muitas das propostas apresentadas na reunião do BE, tendo em vista o próximo Orçamento do Estado, “já estão no programa do Governo do PS, nas posições conjuntas e compromissos”, assumindo que sobre outras haverá, naturalmente, ”opiniões diferentes”.
“O BE é um partido que apoia este Governo, participa nas discussões diárias para resolver os problemas do país. O Bloco hoje fez propostas que nós, na realidade, vamos discutindo todos os dias e continuaremos a discutir até à aprovação final do Orçamento do Estado para 2017”, afirmou, destacando que o país tem hoje “uma democracia parlamentar forte, onde se dialoga todos os dias”.