O Governo conseguiu antecipar em 2022 a meta estabelecida no PRR de doentes tratados em suas casas, passado dos inicialmente acordados 5 mil, no presente ano, para mais de 9 mil. Um número que representa, como assinalou Manuel Pizarro, “quase o dobro do que pretendíamos alcançar em 2024”.
Uma realidade que só foi possível de alcançar, como destacou o ministro da Saúde, durante o 3º Encontro de Unidades de Hospitalização Domiciliária, promovido pelo Ministério da Saúde no Centro Hospitalar Universitário de Coimbra, graças ao facto de 95% dos hospitais do SNS aderentes a esta iniciativa terem “demonstrado a capacidade necessária para tratar em casa e em simultâneo, 329 pessoas”, referindo Manuel Pizarro que, sem alarido mediático, foi possível nos últimos cinco anos “construir em Portugal um hospital de média dimensão”, referindo-se o ministro à “hospitalização domiciliária”.
Perante o sucesso desta iniciativa, resta ao Governo, como assinalou o ministro, a ambição de alargar o programa, “triplicando até ao final da legislatura, em 2026, a sua capacidade atual”, elevando para mil, “em cada momento”, o número de doentes tratados em casa, o que dará cerca de “30 mil pessoas por ano”, garantindo que o programa será alargado “a todos os doentes em que seja possível o tratamento domiciliário”.
Os quase 9 mil doentes que receberam, em 2022, cuidados hospitalares em suas casas, dados já confirmados pelo Ministério da Saúde, representam um aumento de “mais 20% face a 2021”, ou seja, “perfazendo 87.747 dias de internamento domiciliário, mais 24,9%”, sendo que o tempo médio de internamento dos doentes situou-se nos 9,9 dias.
Modelo alternativo
Afastando as criticas de ser este o modelo prioritário do Governo em matéria de hospitalização no SNS, lembrando a este propósito que o internamento domiciliário sempre foi pensado como “um modelo alternativo”, e uma forma acrescida de garantir a “assistência médica e cuidados de saúde de qualidade, diferenciados e de proximidade aos doentes nas suas casas”, Manuel Pizarro garante ser este caminho uma das soluções capazes de contribuir para “aliviar a pressão dos serviços de internamento nos hospitais e de reduzir o risco de infeção e perda de autonomia dos doentes”, a par de um “assinalável maior conforto para os doentes e suas famílias”.
De acordo com dados divulgados pelo ministro da Saúde, fazem neste momento parte do programa de hospitalização domiciliária 36 hospitais e centros hospitalares do Serviço Nacional de Saúde, que contavam, em finais de 2022, com 340 camas disponíveis, “mais 29 do que no ano anterior”, afiançando o titular da pasta da Saúde que durante todo o internamento domiciliário é garantido “o suporte clínico necessário, incluindo o suporte farmacológico”, sendo o acompanhamento do doente feito através de “serviço de telemedicina, que agrega voz, imagem e transmissão de dados clínicos em tempo real”.