Presidência portuguesa quer encontrar “soluções para impacto assimétrico da crise”
“A presidência portuguesa [do Conselho da União Europeia] procura promover soluções para o impacto assimétrico da crise nos diferentes setores de atividade e nos diferentes Estados-membros”, frisou na passada sexta-feira o ministro de Estado e das Finanças, João Leão, após uma reunião do G20, em que se chegou a um “acordo sem precedentes que permite a emissão de dívida europeia em larga escala para financiar a recuperação da economia europeia através dos programas de recuperação europeus”.
O governante português, que reagiu através de um comunicado no final de uma reunião do G20, em que participou representando a União Europeia, juntamente com a Comissão Europeia, referiu também que as circunstâncias de assimetria são “ainda mais verdade no panorama global, onde existem economias muito vulneráveis, sem acesso a vacinas para combater a pandemia e sem meios financeiros para combater a crise económica”.
João Leão revelou que na reunião do G20, realizada por videoconferência, foi discutida de que forma se pode “promover uma recuperação rápida, como relançar a economia global, estreitando desigualdades”, e assegurou que “Portugal apoia todas as iniciativas que procurem ajudar estas economias”.
“Os ministros e chefes dos bancos centrais discutiram as perspetivas económicas e as respostas aos desafios globais exponenciados pela Covid-19, bem como o plano de ação para a estabilidade financeira em 2021 e a ajuda aos países em situação de maior vulnerabilidade social e económica”, acrescentou.
O ministro das Finanças disse depois que “Portugal e os restantes Estados-membros adotaram pacotes de apoio significativos para mitigar os impactos devastadores desta pandemia”, com “flexibilidade” e “coordenação das políticas orçamental e monetárias”.
“Chegámos a um acordo sem precedentes que permite a emissão de dívida europeia em larga escala para financiar a recuperação da economia europeia através dos programas de recuperação europeus”, anunciou o governante no comunicado.
De acordo com João Leão, é “consensual de que se devem manter as políticas orçamentais expansionistas em conjunto com condições de financiamento acessíveis”, no caminho da construção de “uma Europa mais resiliente” e “mais integrada”.
O ministro de Estado e das Finanças defendeu que “a resposta à crise não deve ser uma resposta de curto-prazo, mas deve convergir numa resposta que molde o médio e longo-prazo da economia europeia”.
Portugal, que preside ao Conselho da União Europeia no primeiro semestre do presente ano, tem assento no Grupo dos Ministros das Finanças e Chefes dos Bancos Centrais das maiores economias do mundo (G20), em representação da UE, juntamente com a Comissão presidida por Ursula von der Leyen.