home

Precisamos de uma Europa forte em que cada país faça a sua parte

Precisamos de uma Europa forte em que cada país faça a sua parte

O primeiro-ministro, António Costa, defendeu ontem, em Cascais, uma União Europeia mais forte e unida, em torno de uma exigência comum e com cada Estado-membro a assumir a responsabilidade de “fazer a sua parte”.
Precisamos de uma Europa forte em que cada país faça a sua parte

“Quero ser bem claro nesta questão, não estou a defender a necessidade de reforma da zona euro para pedir que outros façam o nosso trabalho, nem a reclamar exceções às regras que devem ser comuns e igualmente exigidas a todos. Precisamos de uma melhor zona euro, mas precisamos também que cada estado-membro faça a sua parte”, afirmou o líder do Executivo socialista, na conferência internacional anual promovida pela Horasis – The Global Meeting.

Num encontro que reuniu participantes de 70 países, entre empresários, gestores e governantes ou antigos detentores de cargos públicos, António Costa destacou o contributo de Portugal para este esforço comum, nomeadamente através dos bons resultados que o país tem sabido alcançar na frente orçamental, com o défice mais baixo da história em democracia, a saída do procedimento por défice excessivo e a perspetiva de prosseguir este trajetória sustentada.

“Portugal está, nos diversos domínios, a fazer a sua parte. Na frente orçamental estamos a promover a efetiva consolidação das finanças públicas. Portugal registou em 2016 um défice de 2% do PIB, que permitiu que a Comissão Europeia recomendasse recentemente o encerramento do Procedimento de Défice Excessivo a que Portugal estava sujeito desde 2009”, salientou, apontando ao objetivo de “prosseguir este esforço, reduzindo o défice para 1,5%, com o maior saldo primário da zona euro”.

O primeiro-ministro salientou ainda a dimensão privilegiada de Portugal, “histórica e geográfica”, para “promover a união entre diferentes países, sociedades e culturas”, na sua tradição de “abertura ao mundo”, alertando que o protecionismo e o fecho dos países sobre si próprios traz um custo económico e social que importa contrariar.

Razões que levam António Costa a confiar numa “União Europeia mais forte e mais unida”, em benefício “da paz e do progresso”, reconhecendo ser preciso “melhorar a comunicação com os cidadãos” e produzir “resultados efetivos que respondam aos receios, inquietações e medo que têm alimentado reações populistas, xenófobas ou protecionistas”.

O primeiro-ministro definiu, neste sentido, “três prioridades claras” para o projeto europeu: garantir a segurança, designadamente face ao terrorismo, que tem de ser “combatido na origem”, gerir as migrações para “uma Europa com uma só fronteira externa e nenhumas fronteiras internas à livre circulação” e relançar a economia na zona euro, articulando “crescimento e convergência”.

“Há que valorizar as pontes que se constroem e combater os muros ou cercas que se pretendem erguer”, concluiu.