home

Portugal reforça investimento nas renováveis e mostra que “não há tempo a perder no combate às alterações climáticas”

Portugal reforça investimento nas renováveis e mostra que “não há tempo a perder no combate às alterações climáticas”

“Portugal não tem tempo a perder no combate às alterações climáticas”. A consideração é do primeiro-ministro que esta manhã visitou, no distrito de Vila Real, o novo complexo hidroelétrico concessionado à Iberdrola, um equipamento cujo investimento rondou os 1.500 milhões de euros.

Publicado por:

Acção socialista

Ação Socialista

Órgão Nacional de Imprensa

O «Ação Socialista» é o jornal oficial do Partido Socialista, cuja direção responde perante a Comissão Nacional. Criado em 30 de novembro de 1978, ...

Ver mais

Notícia publicada por:

António Costa, Tâmega

O primeiro-ministro esteve esta manhã no município transmontano de Ribeira de Pena, no distrito de Vila Real, onde assistiu ao arranque da nova central hidroelétrica concessionada à elétrica Iberdrola, tendo na ocasião António Costa lembrado que, apesar de Portugal não ter gás natural, petróleo, combustíveis fósseis e, portanto, “ter de importar toda a energia que consume”, dispõe, contudo, de “recursos hídricos, solares e eólicos” que permitem ao país, um dia não muito distante, como vaticinou, “poder produzir a totalidade da energia elétrica que consume e passar a exportar parte da que produz”.

De acordo com o chefe do Governo, o combate às alterações climáticas obriga a que os governos e as empresas olhem com redobrada atenção para os investimentos nas energias renováveis, referindo que a visita que esta manhã efetuou à central hidroelétrica do Tâmega, da elétrica Iberdrola, se insere na estratégia de uma aposta do Governo nas energias renováveis, garantindo que este novo empreendimento do Tâmega permitirá “reduzir o equivalente a 1,2 milhões de toneladas de dióxido de carbono (CO2)”.

Depois de deixar uma palavra de conforto aos autarcas presentes nesta cerimónia, quando muitos ainda enfrentam o drama dos incêndios florestais, designadamente em Chaves, Murça e Vila Pouca de Aguiar, todos municípios do distrito de Vila Real, o primeiro-ministro, após insistir na tese da rapidez no combate às alterações climáticas, defendeu que uma das medidas para se poder atingir com êxito este desiderato passa por novas “políticas de mobilidade e pelo reforço da eficiência energética”, nomeadamente, como salientou, por “investimentos crescentes nas energias renováveis”.

Trata-se de um combate que Portugal tem de assumir sem nenhuma hesitação, segundo António Costa, lembrando que o país é dos que tem “sofrido mais com a erosão costeira, com o aumento da seca e com o exponencial aumento do risco de incêndio florestal”, o que o coloca “em condições infelizmente particulares” para perceber a urgência do combate à “emergência climática e de todas as formas como se traduzem as alterações climáticas”.

Aos autarcas e empresários presentes nesta cerimónia, António Costa voltou a alertar para o facto de que mesmo que se consiga atingir, a nível global e no prazo previsto, o objetivo fixado nos acordos de Paris, de conter em um grau e meio o aumento da temperatura no planeta, “o risco de incêndio florestal entre nós não deixará de aumentar seis vezes”.

Quanto ao inaugurado electroprodutor do Tâmega, o chefe do executivo lembrou tratar-se de um equipamento com uma capacidade de 1.158 megawatts, capaz de armazenar 40 milhões de quilowatts, “o equivalente à energia consumida por 11 milhões de pessoas durante 24 horas nas suas casas”, tornando-se num dos “maiores sistemas de armazenamento de energia da Europa”.

Com este novo equipamento situado na região do Tâmega, Portugal, na opinião do primeiro-ministro, passa a poder produzir mais energia verde e, simultaneamente, a importar “menos cerca de 160 mil toneladas de petróleo para produzir a mesma quantidade de energia”, distanciando-se assim, aos poucos, da discussão que está aberta em outros países que “debatem se retomam ou não a produção de eletricidade a partir de fontes fósseis, como o carvão”. Portugal, com os passos decisivos que tem vindo a dar no sentido do reforço das energias renováveis, observou António Costa, sabe que em breve pode estar em condições de “produzir energia verde equivalente à central de carvão de Sines que foi encerrada o ano passado”.

ARTIGOS RELACIONADOS