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Portugal e Espanha assinalam 50 anos de democracia com programa cultural cruzado

Portugal e Espanha assinalam 50 anos de democracia com programa cultural cruzado

Os governos de Portugal e de Espanha assinam na quarta-feira, em Lanzarote, no âmbito da 34ª Cimeira Luso-Espanhola, um protocolo para a realização de um programa de cooperação cultural cruzada, assinalando os 50 anos das democracias nos dois países ibéricos.

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Pedro Adão e Silva

O protocolo será assinado no final da Cimeira, que se realiza hoje e amanhã, na cidade onde o Nobel português da literatura, José Saramago, manteve residência, perante a presença dos primeiros-ministros de Portugal, António Costa, e de Espanha, Pedro Sánchez.

A programação promovida pelos dois países estender-se-á entre setembro de 2024 e setembro de 2025, abrangendo a música, as artes cénicas, a literatura, as artes visuais e atividades multidisciplinares, tendo o ministro português da Cultura, Pedro Adão e Silva, realçado, a propósito da efeméride que se quer celebrar, o papel de ambos os países ibéricos na “inauguração de uma nova vaga de transições para a democracia na década de 70”, fazendo-o, também, “através de um olhar e da perspetiva da cultura”.

“A democracia e a transição para a democracia não representaram apenas uma transformação política e institucional. Foi uma transformação com um alcance e com um impacto nas sociedades dos dois países económico, social, mas também cultural. E o dinamismo e a diversidade da criação artística e cultural hoje nos dois países são um produto – um produto particularmente conseguido das transições para a democracia”, referiu.

Traçando um paralelo com a temporada cruzada entre Portugal e França, que ocorreu ao longo de 2022, e que teve como principais centros Lisboa e Paris, Pedro Adão e Silva referiu que esta iniciativa deverá, desta vez, abranger vários pontos dos territórios nacional e de Espanha.

“Precisamente uma das consequências da democratização, quer em Espanha, quer em Portugal, é a preocupação com o território. E aquilo que vamos fazer é dinamizar iniciativas no conjunto dos países, naturalmente também com uma preocupação com as zonas fronteiriças, onde a proximidade cultural e social entre os dois países é ainda mais significativa”, assinalou.

Com o reforço das ligações culturais a Espanha, “ganhamos com o diálogo, e ganhamos com a abertura, com o conhecimento – que no fundo corresponde sempre a um duplo movimento”. “Estas são oportunidades para mostramos aquilo que é feito em Portugal, mas também para aqueles que são criadores artísticos em Portugal estarem expostos e conhecerem aquilo que é feito em outros países, concretamente em Espanha”, completou o governante.

A 34ª Cimeira Luso-Espanhola ocorre quatro meses depois da anterior, em Viana do Castelo, juntando os chefes de Governo dos dois países, durante dois dias, na cidade espanhola de Lanzarote, num encontro em que se celebrará o legado de José Saramago, com foco no intercâmbio cultural, mas também no reforço da cooperação bilateral em diversas outras áreas e da agenda conjunta no quadro da União Europeia.

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