Portugal formalizou hoje, em Copenhaga, um compromisso para instalar, na cidade do Porto, o primeiro escritório mundial da OMS dedicado à Tecnologia, Robótica e Empreendedorismo em Saúde. A declaração conjunta foi assinada após uma reunião de trabalho entre a comitiva portuguesa, que integrou o ministro Manuel Pizarro e o diretor executivo do SNS, Fernando Araújo, e o diretor regional da OMS para a Europa, Hans Kluge.
No encontro, as partes acordaram em aprofundar a cooperação nas áreas de Tecnologia da Saúde, Literacia e Empreendedorismo, para promover o acesso universal e equitativo à saúde.
A criação deste escritório em Portugal representa, de acordo com o Ministério liderado por Manuel Pizarro, “um passo importante na ação da OMS a nível internacional, e de um modo especial na região europeia, uma vez que a implementação de tecnologias de saúde, acompanhada de programas de literacia digital, contribuirá de um modo decisivo para a modernização dos serviços de saúde, garantindo acesso a cuidados de saúde mais inovadores que respondam às necessidades da população, especialmente dos mais vulneráveis”.
Para o governante, a decisão é também “um facto de enorme importância para Portugal”, porque pode colocar o país “na primeira linha da inovação tecnológica nos serviços de saúde”, sendo que “é absolutamente reconhecido como essas mudanças tecnológicas têm tanto impacto na melhoria dos resultados em saúde”.
Para a concretização deste acordo contribuíram as vantagens estratégicas de Portugal e a vocação empreendedora e inovadora do país, observando-se que o Serviço Nacional de Saúde apresenta hoje, a nível internacional, “um dos maiores índices de digitalização”, com “enorme aprovação e adesão dos cidadãos ao registo eletrónico e aos diversos serviços digitais de saúde”.
O novo escritório será instalado nas futuras instalações da direção executiva do SNS, no Porto, o que permitirá reforçar as sinergias entre as instituições.
O ministro da Saúde reiterou, junto do diretor regional da OMS, “o empenho nacional em torno da edificação de políticas de acesso e promoção da saúde robustas a nível europeu, bem como a visão estratégica do SNS, que elege como um dos eixos prioritários o investimento na transformação tecnológica do sistema público de saúde português”.
Exemplo desta agenda é o desenvolvimento de unidades de saúde móveis, equipadas com robótica e equipamentos de ponta, que permitam prestar cuidados de saúde diferenciados, como cirurgia remota, em locais de difícil acesso e/ou junto de cidadãos com problemas de mobilidade.
Neste encontro, que abordou ainda temas como o acesso ao medicamento, a segurança do doente e a participação nacional no Programa da OMS para as Emergências em Saúde, foram dados também os primeiros passos na preparação da nova Estratégia de Cooperação Nacional, o instrumento que orienta a ação da Organização Mundial de Saúde nos Estados-membros, que sucederá ao atual acordo de colaboração bienal (BCA Biennial Collaborative Agreement) entre Portugal e a agência das Nações Unidas para a Saúde.