Opinião: “Números que revelam um rumo certo”
Por entre a espuma dos dias, há notícias que podem passar mais ou menos despercebidas, mas que traduzem avanços muito significativos para um país. A semana passada, o Instituto Nacional de Estatística divulgou os números oficiais da taxa de abandono escolar (oficialmente designada por taxa de abandono precoce de educação e formação) referentes a 2017 e a verdade é que são números muito impressivos, que merecem ser devidamente assinalados.
A taxa de abandono escolar cifra-se agora nos 12,6%, uma redução de 1,4 em relação aos 14,0% de 2016. Mais: este é o valor mais baixo desta taxa desde que há registo oficial, em 1992. Ou seja, é o melhor resultado, pelo menos, dos últimos 25 anos! Trata-se, certamente, de um motivo de profunda satisfação, que deve ser creditado ao sistema educativo e de formação profissional. Satisfação e encorajamento para o rumo seguido nesta área, mas satisfação que não deve fazer cair ninguém no autocomprazimento, porque há com certeza ainda muito caminho a trilhar nesta matéria até à erradicação deste fenómeno que é sempre sinónimo de atraso. Mas é um sinal de que existe um rumo e que o rumo produz resultados concretos, numa área que é absolutamente crucial para o futuro do país, para o seu crescimento e para a sua competitividade à escala global.
A educação e a formação profissional são as traves-mestras em que assenta o desenvolvimento de um país. Os países hoje mais desenvolvidos são exatamente aqueles em que o investimento nessas áreas foi mais forte e que se prolongam já há décadas. Porque este não é um esforço de uma legislatura, de um Governo ou sequer de uma década ou duas. É uma aposta que tem de ser insistente e duradoura para que produza resultados uma ou duas gerações depois.
É bom saber que o atual Governo – e esse crédito tem que lhe ser dado- tem sabido desenvolver as medidas estruturais que permitem uma melhoria da aprendizagem, da inclusão e da igualdade de oportunidades. Estes números comprovam-no e são um estímulo. É um caminho que vale a pena prosseguir. E temos de ser capazes, enquanto país, de continuar neste rumo, para lá de quem governa e do tempo dos governos.
PS- O PSD realiza este fim de semana o seu Congresso Nacional. Faço votos sinceros para que deste conclave – depois de alguns anos de puro radicalismo neo-liberal e, mais recentemente, de ressentimento e amargura com o país e com os portugueses – saia um PSD mais disponível para assumir a sua condição histórica de partido de regime. Na área da Educação, por exemplo, como em muitas outras. A Democracia portuguesa agradece.