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“Os portugueses não iriam compreender se não houver entendimento à esquerda”

“Os portugueses não iriam compreender se não houver entendimento à esquerda”

O secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, Duarte Cordeiro, advertiu hoje que, se não houver acordo à esquerda para a viabilização do Orçamento, “todos” saem a perder e os portugueses não o iriam compreender, defendendo que as negociações devem prolongar-se até à votação final global.

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Duarte Cordeiro

Em entrevista concedida à Antena 1, Duarte Cordeiro considerou que a proposta de Orçamento do Estado para 2022 já contém matérias que vão ao encontro das propostas de Bloco de Esquerda e PCP e reiterou a total disponibilidade do executivo socialista para negociar até ao momento em que o diploma for submetido a votação final global.

“Estamos disponíveis para prosseguir estas negociações para que não cheguemos a uma situação em que todos nos vamos arrepender, criando espaço para que todas estas políticas recuem”, afirmou, completando que se os partidos da esquerda parlamentar não forem capazes de se entender, todos saem prejudicados e “as pessoas não vão compreender”.

Duarte Cordeiro considerou que a atual proposta orçamental do Governo está, nos seus objetivos gerais, “em coincidência com objetivos que têm sido verbalizados” pelo Bloco de Esquerda e PCP, dando alguns exemplos de matérias em que há uma aproximação do Governo, nomeadamente, na abertura para estudar um desagravamento também dos escalões mais baixos do IRS, a par do aumento das pensões mais baixas, da atualização dos salários da administração pública e da subida do salário mínimo nacional.

Esse esforço e disponibilidade de aproximação, apontou, é também visível no que respeita ao reforço da autonomia das instituições para a contratação no SNS, ao nível do incentivo à dedicação plena dos profissionais de saúde, ou no que toca à agenda para o trabalho digno e em outras matérias relativas ao Código de Trabalho.

“Este Orçamento aposta no aumento dos rendimentos, aumenta as pensões, aumenta os salários da administração pública, faz o desdobramento de escalões e aumenta a progressividade do IRS, aposta no investimento e nos serviços públicos e combate a pobreza, em particular a infantil”, enumerou o governante e dirigente socialista.

“Não podemos olhar para um Orçamento que tem um determinado sentido e fingir que ele tem outro. Para isso, vale a pena lembrarmo-nos daquilo que seria um Orçamento de direita”, acrescentou.

Razões que convidam a uma abertura para o diálogo à esquerda, que conta com a “total disponibilidade” do Governo, e que, no entender do governante que tutela os Assuntos Parlamentares, deve estender-se até à votação final do documento orçamental do país.

“A nossa expectativa – e a nossa total disponibilidade – é continuar a negociar, procurando aproximações. Em muitas das conversas que temos tido, já sinalizámos aproximações e avanços para além daquilo que está inscrito na proposta de Orçamento para votação na generalidade. No conjunto geral do Orçamento, nós ainda não chegámos à meta”, frisou.

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