“Institucionalmente é muito atraente a ideia de que a organização do sistema de uma unidade local de saúde pode centrar-se mais na pessoa e facilitar este processo de transição”, afirmou Manuel Pizarro, que participava na conferência ‘Unidades Locais de Saúde, aproximar os serviços de saúde dos cidadãos’, organizada pelo Grupo Parlamentar do PS.
Para o ministro da Saúde, um outro aspeto que “torna atrativo para um decisor político optar pela generalização ou pelo alargamento do modelo das unidades locais de saúde é ter um modelo institucional que globalmente seja mais coerente, porque é difícil imaginar um sistema de saúde português que depois para descrever quais são as suas unidades funcionais, como faz o estatuto do SNS, tem que gastar páginas e páginas com instituições diferentes”.
Manuel Pizarro lembrou que o executivo já anunciou a decisão de “passar a fazer a contratação de recursos humanos por concursos institucionais e não por concursos nacionais, algo que foi uma das razões do sucesso histórico do Serviço Nacional de Saúde”.
Ora, “haver ULS facilita que o modelo da contratação por concursos institucionais seja alargado aos cuidados de saúde primários”, garantiu.
O governante referiu depois as duas lições que “o sistema de saúde devia aprender” com a pandemia: “Temos que acelerar brutalmente a integração do sistema de saúde com o sistema social e precisamos de intensificar a ligação do setor da saúde ao poder local”.
“A ULS é um modelo certo para ajudar ao envolvimento ativo das autarquias na governação e planificação do sistema de saúde”, destacou.
“Nós temos que encontrar um modelo que gira a maior satisfação possível nas pessoas, os maiores ganhos possíveis em saúde e que seja o mais eficiente possível. E eu tendo a acreditar que, no nosso atual estado de conhecimento, provavelmente o modelo das ULS é esse modelo”, concluiu o ministro da Saúde.