Para António Costa, que ontem presidiu à cerimónia de apresentação da empreitada da Linha Rubi do Metro do Porto, o investimento na ferrovia, sendo “crucial” e “absolutamente crítico” para que haja uma maior e melhor mobilidade em todo o país, é sobretudo o investimento na mobilidade urbana que responde de forma mais imediata à necessidade de preparar as cidades para se adaptarem a viveram sem automóveis.
Desiderato que, na perspetiva do chefe do Governo, significa necessariamente apostar em soluções de mobilidade alternativa, elencando o investimento decisivo nos transportes públicos, destacando, no entanto, que esta transição “não pode deixar ninguém para trás”.
E não deixar ninguém para trás, significa, segundo o primeiro-ministro, “reduzir os custos, para que as deslocações continuem a ser acessíveis”, o que obriga, desde logo, que o transporte público ofereça qualidade, permitindo assim, “reinventar a cidade” e novos modelos de deslocação nas Áreas Metropolitanas “sem excluir ninguém”.
Focando-se na Linha Rubi do Metro do Porto, que vai ligar Santo Ovídio à Casa da Música através de uma ponte, António Costa, depois de agradecer aos municípios da AMP a forma “como agarraram este difícil desafio”, incentivou-os a não esmorecerem, lembrando que as obras no metropolitano “são sempre ótimas” e merecedoras de grande regozijo quando estão concluídas e se faz a inauguração, “mas até esse dia são só dores de cabeça”.
Elogiou a nova ponte sobre o rio Douro, por onde passará a nova Linha do Metro do Porto na ligação de Santo Ovídio à Casa da Música, uma linha que terá uma extensão de 6,4 quilómetros e oito estações, considerando-a “uma peça de engenharia extraordinária”, apesar de as pontes, como reconheceu, serem sempre “corpos estranhos no desenho que a natureza fez”.
Lembrou também que a construção desta Linha do Metro do Porto está a ser financiada pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), envolvendo verbas no valor de 435 milhões de euros, “incluindo a nova ponte sobre o rio Douro”, linha e ponte que terão de estar concluídas “até às 24 horas de 31 de dezembro de 2026”, e que segundo António Costa vão concluir “um eixo fundamental” e de “enorme centralidade” na região Norte, lembrando que a nova ponte sobre o Douro é “das poucas no país” destinadas em exclusivo ao uso do Metro e à circulação pedonal e de bicicletas.
Ainda de acordo com o primeiro-ministro, que nesta cerimónia esteve acompanhado pelo ministro do Ambiente e da Ação Climática, Duarte Cordeiro, a política de mobilidade sustentável “não é um acessório ou um capricho deste Governo”, lembrando que “só com mobilidade coletiva será possível cumprir os ambiciosos objetivos ambientais”.
Neutralidade carbónica
Para o ministro do Ambiente, Duarte Cordeiro, que acompanhou o primeiro-ministro nesta visita às obras da Linha Rubi, na cidade do Porto, o que pesa no país em matéria de emissões já não é, como antes acontecia, a questão da energia, para passar a ser hoje o da mobilidade, lembrando que se Portugal quer atingir os objetivos da neutralidade carbónica com que se comprometeu na Europa, “temos absoluta necessariamente de prosseguir este caminho do investimento na mobilidade”.