Na apresentação do plano estratégico, a ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, sublinhou a “necessidade cada vez mais premente de colocar a inteligência do território ao serviço da qualidade das políticas públicas” e adotar “soluções digitais em benefício da população, das empresas e das instituições”.
Considerando que o conceito de “territórios inteligentes” é “muito feliz”, sendo ainda mais abrangente do que o de “cidades inteligentes”, Ana Abrunhosa defendeu um “investimento robusto e contínuo” em bases de dados, que devem ser “abertas, transparentes” e partilhadas, desempenhando aqui um papel fundamental a aposta, recentemente reforçada, numa cobertura de “banda larga universal e de qualidade”.
“Temos de mudar a forma como olhamos para os territórios. Todos os nossos territórios têm de estar a um clique de distância”, sublinhou a ministra na sessão de apresentação, na qual estiveram também presentes a ministra da Ciência e Ensino Superior, Elvira Fortunato, e os secretários de Estado do Planeamento, da Justiça, e da Digitalização e da Modernização Administrativa.
Um dos vários exemplos avançados prende-se com os pedidos de licenciamento, até agora feitos em cada município e que passam a poder ser feitos numa plataforma única, que fará “um tratamento uniforme, estandardizado de todos os processos”, assegurando “transparência e previsibilidade”.
O governante responsável pela área da Digitalização, Mário Campolargo, acentuou, por seu lado, que esta primeira Estratégia Nacional de Territórios Inteligentes se reflete “num conjunto de orientações para acelerar a transformação dos municípios e posicionar Portugal como uma nação digital”, possibilitando, também, “uma tomada de decisão pública mais fundamentada”.
Assumindo o lema “transformar dados em ação”, a estratégia integra 16 iniciativas estratégicas e 31 recomendações locais, envolvendo um investimento de 60 milhões de euros do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).
Na sua elaboração participaram, “de forma ativa”, cerca de uma centena de municípios, a par de comissões de coordenação e desenvolvimento regional, comunidades intermunicipais, empresas das áreas das tecnologias e das telecomunicações, instituições de ensino superior e organismos integrados no sistema nacional de ciência e tecnologia.