Este órgão, cuja constituição é da responsabilidade da presidente das MS-ID, reúne personalidades de reconhecido mérito oriundas da sociedade civil e do meio académico, é paritário e tem na agenda temas tão relevantes como o combate a novas formas de discriminação decorrentes das transições digital e climática, com as mulheres a ficarem para trás nos processos de formação e empregabilidade na área das TIC e com a pobreza energética a emergir, afetando as famílias mais vulneráveis, sobretudo as monoparentais. No caso das transições climática e digital, pretende-se que “sejam justas e equilibradas, não deixando ninguém para trás”.
Na primeira linha de análise do Conselho, e também presente nas intervenções de Elza Pais e de José Luís Carneiro, estiveram os resultados das últimas eleições autárquicas, as primeiras em que se registou uma redução do número de mulheres presidentes de câmara (passaram de 32 a 29). Apesar de ter entrado em vigor um novo limiar de paridade, que impõe uma representação mínima de 40% de um dos sexos nas listas candidatas e que significa um maior número de mulheres eleitas, a realidade é que as mulheres continuam a ter um acesso muito dificultado às lideranças, como os resultados mostram. Este foi um dos temas em análise, com o Secretário-geral adjunto do PS a assumir o compromisso de analisar esta situação em conjunto com a direção do Partido Socialista, ao mesmo tempo que elogiou o envolvimento da estrutura das MS-ID, que considerou decisivo no combate eleitoral.
Nas prioridades do Conselho estão também as formas de desigualdade “tradicionais”, como a violência doméstica, a discriminação salarial e a desigualdade de oportunidades. O Conselho vai agora trabalhar uma agenda de temas que serão analisados no próximo encontro.