Com o objetivo de minimizar a falta de médicos de família no Serviço Nacional de Saúde (SNS), o Governo acaba de anunciar a abertura ainda durante o presente mês de abril de 900 novas vagas para médicos da especialidade, medida que o ministro Manuel Pizarro garante será acompanhada, em “alguns agrupamentos de saúde”, onde haja “mais de 25% de utentes sem médico com a especialidade de medicina geral familiar”, pelo aumento das remunerações em cerca de 40%.
Sendo decisivo que o Governo continue, como até aqui, a abrir sempre que seja possível novas vagas para profissionais de saúde, desde médicos a enfermeiros, até às restantes áreas profissionais, mais determinante é ainda, defende Manuel Pizarro, que prossiga o trabalho de formação que o Ministério da Saúde tem vindo a desenvolver, lembrando, a este propósito, que desde o passado mês de janeiro estão a ser preparados e formados mais 507 médicos de família para o serviço público de saúde.
Sobre a dedicação plena, um dos assuntos que tem estado no centro das sucessivas conversações entre o Governo e as organizações representativas dos profissionais de saúde, o ministro referiu que esta será uma medida que começará pelos médicos e restantes profissionais que trabalham nas Unidades de Saúde Familiares (USF), e que têm um modelo de remuneração “associado ao desempenho”, garantindo que a medida será também estendida aos profissionais dos “centros de responsabilidade integrada”, e igualmente a todos os que trabalham nos “hospitais e nas equipa dedicadas na urgência”, sendo mais tarde a medida “progressivamente alargada”.
O ministro Manuel Pizarro teve ainda ocasião para explicar que este modelo, no âmbito do qual o Governo prevê aumentar em cerca de 40% as remunerações dos médicos que trabalham em agrupamentos de centros de saúde onde mais de 25% dos utentes não têm médico de família, é um modelo “limitado e contempla apenas 20 vagas”, sendo que estes profissionais terão de manter o compromisso de “estarem em mobilidade, até ao dia 1 de janeiro de 2026”, num agrupamento mais carenciado da área de Lisboa e Vale do Tejo.
Manuel Pizarro deixou ainda a certeza de que, “apesar de tudo”, o SNS consegue atrair “entre 60 a 70% dos médicos que forma”, dando o exemplo do concurso aberto este ano para os que acabaram a especialidade de Medicina Geral e Familiar.