Portugal tinha no dia de ontem, 14 de dezembro, segundo dados divulgados pelo Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge, 69 casos ativos da variante Ómicron do coronavírus SARS-Co V-2, havendo um claro indício, ainda segundo a mesma fonte, de uma “tendência fortemente indicadora da existência de circulação comunitária”.
Uma realidade que para o secretário de Estado da Saúde, que falava na cerimónia da tomada de posse do primeiro bastonário da Ordem dos Fisioterapeutas, não justifica que o Governo promova desde já novas medidas restritivas, bastando que os portugueses, como defendeu, “mantenham o comportamento que adotaram até agora”, designadamente no que se refere ao reforço da vacinação, da testagem mas também ao uso de máscara e ao distanciamento social, para lá do necessário controlo de fronteiras, malgrado tratar-se de uma variante, como também assinalou a Organização Mundial da Saúde, com “maior poder de transmissibilidade”.
Menos internamentos
De acordo com António Lacerda Sales, as medidas que atempadamente o Governo tem vindo a promover no combate à pandemia, se por um lado têm ajudado a proteger a população, têm também contribuído para impedir que o número de internamentos tenha chegado a padrões descontrolados, garantindo que nos hospitais públicos apenas se registam “mais 2% de internamentos em relação à semana passada”. Ou seja, “800 pessoas em internamento convencional e cerca de 140 em unidades de cuidados intensivos”, números que, para o governante, significam “uma taxa relativamente residual em relação ao aumento registado na semana passada”.
Quanto a um eventual pico de uma quinta vaga nas semanas anteriores ao Natal, António Lacerda Sales desvalorizou para já esse cenário, garantindo, contudo, que a natural preocupação das autoridades de saúde levou a que o Governo tivesse já solicitado aos hospitais “os planos de contingência e as escalas de urgência”, permitindo deste modo que a tutela “tenha o total conhecimento da expansibilidade e elasticidade do Serviço Nacional de Saúde”.
Autoagendamento para 30 mil crianças é “bom indicador”
O secretário de Estado referiu-se também à vacinação dos mais novos, assinalando que é um “bom indicador” haver já cerca de 30 mil crianças entre os 10 e os 11 anos com autoagendamento para a vacinação contra a covid-19, processo que decorrerá, como lembrou, nos dias 18 e 19 de dezembro. Lacerda Sales manifestou a esperança de que agora haja também, por parte dos pais, uma boa adesão em relação à vacinação das crianças dos cinco aos 11 anos.
Ainda de acordo com o secretário de Estado Adjunto e da Saúde, o calendário apresentado pelo Governo para a vacinação de crianças estabelece que, entre os dias 6 e 9 de dezembro, serão vacinadas as crianças com idades entre os sete e os nove anos, nos dias 15 e 16, serão vacinadas as crianças dos seis aos sete anos e os dias 22 e 23 ficam reservados para a vacinação das crianças de cinco anos, sendo que as segundas doses “serão administradas de 5 de fevereiro a 13 de março”, altura em que “ficará o esquema vacinal completo” para as cerca de 600 mil crianças destas faixas etárias.
Segundo o relatório diário da DGS, estão agora com a vacinação completa em Portugal mais de 8,6 milhões de pessoas, enquanto 2,1 milhões já receberam a dose de reforço que está a ser administrada a pessoas com 65 ou mais anos. Ainda de acordo com a DGS, mais de 2,2 milhões de pessoas já receberam, também, a vacina da gripe.