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Mário Soares foi o rosto e a voz da nossa liberdade

Mário Soares foi o rosto e a voz da nossa liberdade

O primeiro-ministro e líder socialista, António Costa, evocou no Porto o legado de Mário Soares como combatente pela liberdade e construtor do país do pós 25 de Abril, afirmando que ninguém substitui o antigo Presidente da República e fundador do PS “no lugar que é seu na história do Portugal democrático”.
Mário Soares foi o rosto e a voz da nossa liberdade

“Agora que nos deixou é caso para perguntarmos: não há ninguém insubstituível? Sei que ninguém substitui Mário Soares no lugar que é seu na história do Portugal democrático. Obrigado, Mário Soares”, disse António Costa no final da sua intervenção, na sessão de homenagem ao antigo chefe de Estado, realizada este domingo, no Porto.

O Secretário-geral do PS assinalou que Mário Soares “nunca resignou, nunca desistiu” e sempre exprimiu que “antes de mais estava a liberdade e, por isso, foi sempre livre, no poder, contra os poderes que enfrentou e continuou livre fora do poder”.

“Foi assim que começou no combate à ditadura. Podemos dizer que em todos os momentos decisivos da nossa história recente Mário Soares foi o rosto e foi a voz da nossa liberdade”, frisou.

António Costa considerou também que “ninguém contribuiu tanto como Soares para a construção de Portugal do pós 25 de abril” e que, apesar de “muitas vezes” não ter sido compreendido, “há que reconhecer que, no essencial, era ele quem tinha razão”.

“Foi seguramente quem melhor interpretou o papel de Presidente da República no nosso sistema semipresidencialista, afirmando-se como verdadeiro presidente de todos os portugueses, mas o seu legado na chefia dos seus três curtos Governos tem sido muito subestimado”, acrescentou.

António Costa lembrou que “as traves mestras do Estado social de direito foram então lançadas” por Mário Soares, assim como “o poder local democrático, a independência do poder judicial, a universalização da Segurança Social, a revisão do Código Civil que revolucionou o direito de família e a criação do Serviço Nacional de Saúde”.

“Todos estes foram grandes contributos dos três Governos de Mário Soares”, sublinhou.

O líder socialista destacou ainda, na sua intervenção, que Mário Soares “esteve sempre presente em todos os combates do seu tempo” e que mesmo quando cessou funções presidenciais não se retirou, fazendo da sua vida “uma vida de liberdade” e da liberdade “um combate permanente”.

A sessão “Mário Soares – Uma vida pela Liberdade”, que decorreu no Rivoli Teatro Municipal, foi uma iniciativa dos socialistas portuenses, a que se juntaram muitos amigos e personalidades do Porto, homenageando a sua luta pelos valores da democracia e da liberdade.

Entre os vários testemunhos de homenagem, destacaram-se as intervenções de Isabel Soares, filha do antigo chefe de Estado, do presidente da Fundação Calouste Gulbenkian, Artur Santos Silva, seu amigo pessoal, e do presidente da Federação do PS/Porto.

“Havia de gostar de nos ver aqui, de nos abraçar e de estar connosco”, resumiu Manuel Pizarro.