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Mário Centeno é um “valor acrescentado” muito grande para Portugal

Mário Centeno é um “valor acrescentado” muito grande para Portugal

O ministro de Estado e das Finanças, João Leão, referiu ontem, no Parlamento, que deve ser motivo de contentamento - e uma mais valia para o país - que Mário Centeno tenha decidido ficar em Portugal e aceitado ser indicado para o cargo de governador do Banco de Portugal (BdP).
Mário Centeno é um “valor acrescentado” muito grande para Portugal

Falando durante uma audição sobre a Conta Geral do Estado de 2018, o ministro das Finanças salientou o “prestígio sem paralelo” granjeado pelo seu antecessor no cargo e afirmou não ter dúvidas de que Mário Centeno vai contribuir para que Portugal tenha uma voz mais ativa na coordenação de esforços com outros países na resposta à crise.

“O Governo fica muito contente que Mário Centeno tenha aceitado ser indicado para ser governador do Banco de Portugal”, referiu João Leão, acentuando que se trata de uma pessoa “que granjeou um prestígio sem paralelo” que se vai refletir na coordenação da resposta à crise a nível europeu.

“Não tenhamos dúvidas disso, de que vai ter um valor acrescentado muito grande para Portugal”, reforçou o ministro.

Salientando que Mário Centeno é reconhecido pelo seu rigor e independência, João Leão afirmou estar convicto de que ninguém “tem dúvidas da seriedade e independência com que vai desempenhar estas funções”.

Refira-se que a Comissão de Orçamento e Finanças votou ontem favoravelmente o relatório da audição de Mário Centeno, no âmbito da proposta de designação para o cargo de governador do Banco de Portugal, cuja aprovação foi formalizada, já esta quinta-feira, em reunião do Conselho de Ministros.

Défice penalizado em 1.400 milhões com propostas do PSD

Na sua audição, na comissão de Orçamento e Finanças, o ministro João Leão informou também o Parlamento que o Executivo vai rever de 6,3% para 7% a estimativa do défice de 2020, para acomodar as alterações aprovadas ao Orçamento Suplementar, apontando que as medidas que o PSD fez aprovar resultaram num agravamento das contas públicas.

O conjunto de medidas de alteração ao Orçamento do Estado Suplementar, introduzidas durante a discussão na especialidade, “conduzem a um agravamento significativo do défice orçamental em cerca de 1.400 milhões de euros”, referiu João Leão, acrescentando que, neste contexto, a estimativa do défice em 2020 vai ser agravada em 0,7 pontos percentuais, “subindo de 6,3% para 7% do PIB”.

Dos 1.400 milhões de euros em propostas de alteração incluídas no Orçamento Suplementar, 400 milhões têm a ver com medidas de aumento da despesa e até mil milhões de euros do lado da receita, precisou o ministro das Finanças, tendo referido que, apesar de o Governo compreender estas medidas, não podia “deixar de notar” a posição contraditória do PSD.

“Não podemos deixar de notar que o líder do PSD acusou o Governo de ter tendências despesistas e alertou o país para o facto de o orçamento ser otimista”, referiu João Leão, para acrescentar que, “mais uma vez”, o PSD parece “defender tudo e o seu contrário: acusa o Governo de ser despesista e depois aprova medidas do lado da despesa e da receita agravando o défice em 1.400 milhões de euros”.