Igualdade de género será uma das prioridades da presidência portuguesa
“Nem a pandemia, nem a crise podem ofuscar a igualdade de género”, frisou a governante perante os técnicos de todos os Estados-membros que participavam na reunião de Alto Nível para o Mainstreaming de Género, que termina hoje, e acrescentou que, pelo “contrário, em tempos como este é ainda mais importante” esta luta.
Assim, Mariana Vieira da Silva sublinhou a importância de “coordenação entre os países” da União Europeia para se alcançarem “progressos tangíveis” em matéria de igualdade, já que “a Covid-19 pôs as desigualdades em evidência”. “Como qualquer crise, é mais difícil para os mais vulneráveis”, explicou.
“Se até aqui as desigualdades de género eram óbvias, agora são impossíveis de ignorar”, lamentou a ministra da Presidência, que anunciou que a agenda da igualdade será uma das prioridades da presidência portuguesa do Conselho da UE, reforçando, por exemplo, a proteção das vítimas de violência, “cuja vulnerabilidade aumentou com o isolamento imposto pela pandemia”.
Portugal quer também “começar as negociações” sobre a transparência salarial, prometendo “trabalhar com todos os Estados-membros, sem exceções”, revelou a ministra.
Durante a sessão de abertura, a diretora para a Igualdade da Direção Geral de Justiça e Consumidores da Comissão Europeia, Irena Moozova, referiu que “ainda não é claro qual será o impacto da crise nas disparidades salariais entre mulheres e homens, que é hoje de 14% na Europa”.
Por isso, mostrou-se expectante com a “nota de pesquisa” sobre o impacto da pandemia nas mulheres que a presidência portuguesa encomendou ao Instituto Europeu para a Igualdade de Género, que irá revelar “a peça em falta” na resposta à Covid-19.
Irena Moozova alertou que “a crise não está a afetar homens e mulheres da mesma maneira”, sendo claro que “as mulheres estão mais vulneráveis”. “O trabalho doméstico não pago intensificou-se ainda mais durante os confinamentos”, garantiu.