Líderes do PS e PSOE apresentam documento conjunto contra a austeridade
O secretário-geral do PS e o líder do PSOE assinalaram hoje, em Budapeste, o 30.º aniversário da adesão de Portugal e Espanha à União Europeia, apostados em estarem ambos em breve no Conselho Europeu, para “virar a página” da austeridade.
Antes do início do X Congresso do Partido Socialista Europeu (PSE), que se celebra entre hoje e sábado na capital da Hungria, os líderes dos dois partidos socialistas António Costa e o espanhol Pedro Sánchez assinalaram os 30 anos da assinatura do Tratado de adesão dos dois países da Península Ibérica à então Comunidade Económica Europeia (CEE) elogiando os “históricos” socialistas Mário Soares e Felipe González mas também com um projeto comum para o futuro próximo.
Em ano de eleições nacionais em ambos os países, PS e o PSOE produziram um documento conjunto, “Um novo impulso para a convergência”, aprovado pela família política dos socialistas europeus, cujo objetivo é “devolver a esperança e confiança no projeto europeu, que há 30 anos mobilizou os cidadãos portugueses e espanhóis, com a liderança de Mário Soares e Felipe González, mas que estes anos tão duros de austeridade têm vindo a enfraquecer, marcando esta Europa pelo desânimo, desencanto e pessimismo”, que é “fruto da associação da Europa à austeridade”.
O líder do PS explicou que “o que o documento propõe é um conjunto de políticas específicas à medida de cada um dos países, e que visa criar melhores condições” para que os países retomem “uma trajetória de convergência económica”.
No caso de Portugal, António Costa disse que “as prioridades são muito claras”, designadamente “a Educação, a modernização do Estado, e em particular do sistema de Justiça, a inovação das Pequenas e Médias Empresas (PME), a reabilitação urbana e eficiência energética, e a capitalização e desendividamento das empresas”.
“Aquilo que o PS e PSOE [Partido Socialista Operário Espanhol) fizeram no seio da sua família política foi, no fundo, afirmar muito claramente que temos uma alternativa na Europa à ideia que a direita tem de que não há Europa sem austeridade, e que a esquerda radical tem de que não é possível não haver austeridade mantendo-nos na Europa”, declarou.
Deixando rasgados elogios aos “dois grandes” chefes de governo socialistas que culminaram o processo de negociações para a adesão de Portugal e Espanha ao projeto europeu, Mário Soares e Felipe González, António Costa e Pedro Sánchez disseram que também é necessário ter “os olhos postos no futuro”, e ambos esperam que o mesmo os junte em breve na sede do Conselho Europeu, a instituição que reúne os chefes de Estado e de Governo da UE, e onde são tomadas as grandes decisões políticas europeias.
“A minha presença e do Pedro [Sánchez] no Conselho ajudará a reforçar uma mudança política na Europa”, declarou António Costa.
“Creio que a Europa beneficiará de mudanças nos governos tanto de Portugal como de Espanha, e que haja governos socialistas, com António [Costa] e comigo”, desejou por seu turno o líder do PSOE.